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Empresas contratam mais energia a futuro

Empurrados pela demanda de empresas industriais, os preços nesse mercado deram um salto de mais de 30% em relação ao começo do ano

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Por Redação
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Os dados recentes sobre o comportamento da economia e a confiança de que a recuperação terá continuidade já estão levando muitas empresas a tomar decisões preparando-se para o futuro. No caso da energia, essa disposição é comprovada pelo aumento dos preços no Mercado Livre, pelo qual os consumidores, especialmente industriais, contratam diretamente das geradoras ou comercializadoras o volume de eletricidade de que vão necessitar em prazos mais longos.

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Empurrados pela demanda de empresas industriais, os preços nesse mercado deram um salto de mais de 30% em relação ao começo do ano. O contrato de energia convencional para entrega entre 2017 e 2020, que vinha sendo negociado a R$ 121,00 por megawatt/hora (MW/h) em fevereiro, subiu para R$ 158,22 por MW/h em meados de agosto, de acordo com a Dcide, empresa especializada em análises do setor elétrico.

Já no mercado à vista, o chamado Preço de Liquidação de Diferenças (PLD), que estava em R$ 83,43 em julho, subiu para R$ 100, em média, em agosto.

As geradoras estão animadas com a maior liquidez no mercado, o que levou a AES Brasil a rever suas projeções para o futuro. A expectativa anterior era de que os preços variariam numa faixa de R$ 120 a R$ 150 por MW/h em 2018. Agora, prevê-se que os preços poderão ficar entre R$ 140 e R$ 170 daqui a dois anos.

Segundo o diretor da Dcide, Henrique Leme Felizatti, os preços hoje praticados no Mercado Livre de energia estão ainda levemente abaixo da média histórica, em termos reais, e a alta que se observa foi influenciada por projeções do Operador Nacional do Sistema (ONS), que prevê crescimento do consumo de eletricidade a uma taxa anual média de 3,7% entre 2016 e 2020, sinalizando uma recuperação mais nítida a partir do próximo ano, ganhando força em 2018.

Os preços no Mercado Livre podem variar em razão de condições hidrológicas decorrentes do fenômeno La Niña ou de fatores excepcionais, mas se espera que não haja mais intervenções do governo no setor elétrico, que acabam se refletindo no mercado, como ocorreu na gestão Dilma Rousseff, e de maneira desastrosa para o setor.

Muitos grandes consumidores decidiram fechar logo contratos a futuro de compra de energia, para assegurar os preços mais baixos possíveis e, assim, reduzir seus custos ao longo do tempo.

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