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Empresas oferecem cotas de projetos nos EUA para estrangeiros

Escritórios ofertam participações em empreendimentos locais para investidores de vários países

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Atualização:
Brasileirosabrem negócios nos EUA Foto: Arquivo pessoal

Diante do interesse de brasileiros em abrir negócios nos Estados Unidos, avança também o número de empresas voltadas para assessoria nesse processo. 

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A LCR Capital ajuda brasileiros a entrar legalmente nos EUA. A empresa oferece cotas de projetos nos EUA para os empreendedores globais. O investimento para obter o EB-5 (visto que dá direito ao Green Card temporário para o empreendedor) é feito em empreendimentos locais, normalmente em regiões nas quais o índice de desemprego é superior à média nacional. Os valores mínimos seguem as mesmas regras, dos atuais US$ 500 mil.

Ana Elisa Bezerra, vice-presidente da LCR, fala de regras como comprovação de que a renda a ser aplicada tem origem legal. O último projeto oferecido foi o financiamento da construção de um hotel Four Seasons em Miami. “Das 200 cotas que nosso escritório tinha para oferecer globalmente, mais de 50 foram adquiridas por brasileiros e mais de 70 por indianos”, diz.

“Como é um investimento de risco, é preciso escolher bem os projetos”, afirma Ana Elisa. Quem faz o investimento pode entrar com pedido do EB-5 que, segundo ela, pode demorar até dois anos para ser liberado. O novo projeto, previsto para ser lançado em novembro, é a construção do Hall Arts Hotel and Residences, hotel butique de luxo e arranha-céu residencial em Dallas, Texas.

Em maio, Jaime Stupiello tornou-se imigrante legal após dois anos de espera pelo EB-5. O filho já está no país há dois anos como estudante num curso de aeronáutica. “Desde criança, ele sonhava em ser piloto da Força Aérea Americana”, diz. Stupiello, que atuava no setor sucroalcooleiro e sua mulher, professora e tradutora juramentada, decidiram abrir mão de tudo no Brasil para acompanhar o único filho, de 17 anos.

Stupiello investiu no projeto do hotel em Miami e agora, já morando em Sarasota, na Flórida, vai abrir, com a mulher, uma franquia da Home Helpers, que oferece acompanhantes para idosos. 

Segurança

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Após fazer curso de inglês, trabalhar como garçom, abrir um lava-rápido e um restaurante self-service de comida brasileira, Gilson Marçal Rodrigues, hoje com 46 anos, inaugurou em maio deste ano um novo restaurante com capacidade para 1.054 pessoas (o anterior era para 160 pessoas) e espaço para shows que pode receber até 1,5 mil pessoas. O Gilson’s Restaurant fica na principal avenida de Orlando, a International Drive.

Ele e um sócio também brasileiro investiram US$ 1,5 milhão no novo espaço, onde se apresentaram artistas brasileiros, como Alexandre Pires, e latinos. Parte da verba veio da venda do restaurante antigo. Segundo Rodrigues, em períodos de alta temporada, 55 pessoas trabalham no local. No ramo em que atua, marcas como Coco Bambu, Madero e Paris 6 não tiveram sucesso nos EUA e encerraram as atividades.

Paulo Leal também passou por assaltos e teve o apartamento invadido no Rio de Janeiro. Decidiu se mudar para os EUA em 2016 com os dois filhos, inicialmente como acompanhante da mulher, que foi fazer um curso e recebeu visto de estudante. Formado em administração de empresas e com MBA em negócios, ele e um amigo que já vivia no país criaram a EasySim4You, empresa que fornece chip de celulares para viajantes.

“A ideia era acabar com o perrengue que muitos brasileiros passam ao chegar nos EUA e ter dificuldade em encontrar um chip que sirva para suas necessidades ou ficar caçando locais que tenham Wi-Fi”, diz Leal. Recentemente ele vendeu sua parte do negócio para o sócio e fundou a EasyStay, portal de locação de casas de veraneio nas redondezas de Orlando.

O portal tem cerca de mil casas para locação em áreas privilegiadas, a maioria de grande porte, “para oferecer uma experiência bacana” aos turistas que permanecem mais tempo na região, não querem ficar em hotéis e não encontram imóveis desse tipo em sites como o Airbnb. “Não aceitamos casas velhas e temos poucos apartamentos pequenos”, diz Leal. 

Uma casa com cinco quartos e capacidade para 12 pessoas custa em média US$ 170 a diária. “Um hotel simples para quatro pessoas sai por US$ 90 a US$ 100 a diária”, diz ele. 

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