MILHO MAIS BARATO
Um dos maiores entraves para o Brasil no momento é ampla oferta global, já o mundo deverá terminar a safra 2014/15 com um dos maiores estoques de passagem dos últimos anos, com a ajuda de duas safras recordes consecutivas nos Estados Unidos.
A colheita da nova safra norte-americana está na fase inicial e deverá chegar ao mercado nos próximos meses.
Nas primeiras três semanas de setembro, o Brasil exportou 121 mil toneladas por dia do cereal. O ritmo ficou abaixo do visto uma ano atrás, de 164 mil toneladas/dia.
Considerando-se o ano comercial estabelecido pelo governo federal, que para o milho começa em 1º de fevereiro, o Brasil já embarcou na temporada 7,28 milhões de toneladas do cereal.
Para que seja cumprida a projeção de embarque de 21 milhões de toneladas na temporada feita pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), seriam necessários embarques de cerca de 3,4 milhões de toneladas entre outubro e janeiro, um ritmo semelhante ao registrado na temporada passada.
Na sexta-feira, a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) projetou que o país deverá deverá embarcar entre 2 milhões e 2,7 milhões de toneladas de milho nos próximos meses até o fim do ano.
Há fatores que podem contribuir para uma aceleração do fluxo de embarques nos próximos meses, disse o analista Marcos Rubin, da Agroconsult.
"No momento o milho brasileiro é o mais competitivo do mercado, mais barato que o americano, argentino e ucraniano. O câmbio também tem ajudado nos últimos dias, disse o especialista em no chat Trading Brazil, da Thomson Reuters, nesta segunda-feira. "É claro que o milho norte-americano deve ficar mais barato conforme o andamento da colheita, mas atá lá temos oportunidade de aumentar o 'line-up'."
A Agroconsult estima exportações de 21 milhões de toneladas de milho no ano de 2014 (janeiro a dezembro). Com pouco mais de 10 milhões de toneladas embarcadas de janeiro a setembro, restariam cerca de 10 milhões a 11 milhões de toneladas para exportação nos três últimos meses do ano.