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Escritório atrai talentos ao Walmart

Empresa montou uma sede separada para a operação pontocom; modelo é próximo ao adotado por gigantes da tecnologia, como o Google

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Por Fernando Scheller
Atualização:
Quase igual ao Google.Localizado em Alphaville, escritório do Walmart.com tenta compensar distância de São Paulo com ambiente descontraído Foto: Evelson de Freitas/Estadão

Mais do que um espaço de trabalho, o escritório do Walmart.com foi pensado para distanciar a cultura corporativa da operação pontocom da mentalidade da gigante da qual a companhia foi derivada. No Brasil, o escritório do Walmart.com foi montado com a meta de atrair um outro perfil de recursos humanos: o profissional de tecnologia, aquele que hoje tem como grande objetivo trabalhar em símbolos da internet, como o Google o Facebook.

Como já ocorre nos Estados Unidos - onde a sede do Walmart.com fica no Vale do Silício, berço de inovação americano, enquanto a sede das lojas físicas está localizada no Estado do Arkansas -, por aqui as estruturas foram completamente separadas do ponto de vista de gestão, embora as duas companhias contribuam para o resultado de um só grupo.

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A mentalidade espartana das empresas de varejo, que geralmente trabalham com uma estrutura rígida de custos por causa das apertadas margens de lucro sobre os produtos, não tem vez no escritório brasileiro do Walmart.com, que fica em Alphaville, região de escritórios corporativos de Barueri, na região metropolitana de São Paulo. Tanto é assim que o projeto de design de interiores do escritório, de Guto Requena, ganhou um prêmio global do site Archdaily, competindo com 3,5 mil trabalhos de todo o mundo.

No escritório do Walmart.com, que tem cerca de 1,2 mil funcionários no País, há sacos de pancada para aliviar o estresse, cadeiras em forma de rede, uma sala para jogar videogame e mesas de bilhar. Se os funcionários quiserem uma atividade ao ar livre, há um terraço equipado com um campo de minigolfe. A bermuda é traje permitido em todos os dias da semana.

O cuidado com os espaços de "descompressão", em que os funcionários podem fazer um intervalo das atividades, segue de perto o padrão estabelecido pelo Google (a companhia salienta que ex-funcionários do buscador hoje fazem parte de sua equipe). Segundo a diretora de recursos humanos do Walmart.com, Cleide Oliveira, a semelhança não é mera coincidência. Segundo ela, a companhia se posiciona como uma companhia de tecnologia, e não como uma varejista.

'Espelho cultural'.

Para a especialista em cultura corporativa Cristina Nogueira, fundadora da consultoria Walking the Talk, o espaço físico pode dizer muito sobre uma empresa. "Se a empresa quer atrair um determinado tipo de profissional, precisa se 'vestir' para ele. É isso o que o Walmart está fazendo agora."

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Por trás da decisão do Walmart.com de passar uma imagem mais moderna, diz Cristina, há também uma necessidade de mercado. Segundo ela, a antes toda-poderosa rede dos vem perdendo terreno para empresas de internet, como a Amazon, nos Estados Unidos. "Houve uma digitalização do consumo que talvez só deixe de fora o setor de alimentos. Eles estão atentos a essa mudança."

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