PUBLICIDADE

Publicidade

Eslováquia barra fundo europeu de ajuda à zona do euro

Política doméstica influiu na decisão do Parlamento local, que voltará a discutir e votar o pacote.

Por BBC Brasil
Atualização:

O Parlamento da Eslováquia votou nesta terça-feira contra o plano da União Europeia que aumenta os poderes das autoridades financeiras do bloco para a aplicação do Fundo de Estabilidade Financeira aos países em crise na zona do euro. O voto contrário ao plano está ligado à política doméstica da Eslováquia, já que o Parlamento também aprovou, na mesma sessão, uma moção de desconfiança em relação ao atual governo, que pode resultar na demissão da primeira-ministra, Iveta Radicova. A Eslováquia era o único dos 17 países membros da zona do euro que ainda não havia aprovado o Fundo Europeu de Estabilização que visa socorrer países em crise no bloco, como a Grécia. O voto, no entanto, não deve ser definitivo. Segundo o correspondente da BBC em Bratislava, Rob Cameron, um segundo voto deve ocorrer em breve. Oposição O fundo europeu não foi aprovado por uma diferença de 21 votos, após um dos partidos que integra a coalizão de centro-direira do atual governo anunciar abstenção. Autoridades do governo afirmaram que irão buscar apoio da oposição para a segunda votação sobre o fundo, que ainda não tem data marcada. A expectativa é que a oposição socialista vote pelo pacote. A negociação, no entanto, pode incluir a convocação de eleições antecipadas no país. Após a derrota, a primeira-ministra Radicova pediu o apoio de todos os parlamentares. "É todo o sistema da zona do euro que agora está sob ameaça, não apenas alguns poucos países pequenos", disse. "Nosso euro está sob ameaça. Para mudar a situação é preciso uma reação imediata", afirmou. Consenso Em julho, autoridades financeiras europeias concordaram com a ampliação da capacidade de empréstimo do Fundo Europeu de Estabilização para 440 bilhões de euros. O plano, que precisa ser aprovado por todos os países membros da zona do euro, inclui ainda a expansão dos poderes das autoridades do bloco, que poderão comprar títulos da dívida dos países em crise e oferecer linhas de crédito, tanto para governos quanto para bancos. Segundo o correspondente da BBC em Bruxelas, Matthew Price, o plano já está sendo visto como inadequado pelos investidores, para quem o fundo deveria ter dois trilhões de euros para ser efetivo. Grécia Inspetores financeiros internacionais disseram ter chegado a um acordo com a Grécia para a implementação de reformas que almejam colocar a economia do país "nos eixos" e que permitirão aos gregos receber uma nova parcela de seu pacote de resgate financeiro. O acesso à nova parcela do pacote, que não tem relação com o Fundo Europeu de Estabilização, evitará que a Grécie anuncie um calote em sua dívida. Em comunicado conjunto emitido nesta terça, o FMI, a União Europeia e o Banco Central Europeu indicaram que a Grécia receberá mais 8 bilhões de euros - de um total de 110 bilhões de euros de seu pacote de resgate aprovado no ano passado -, após o aval dos ministros das Finanças da zona do euro e da diretoria executiva do FMI. Dessa quantia, 5,8 bilhões devem vir dos países-membros da zona do euro, e 2,2 bilhões devem ser emprestados pelo FMI. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.