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Estácio tem prejuízo de R$ 12,8 milhões no quarto trimestre de 2017

Companhia registrou aumento de 1,5% no total de alunos no mesmo período

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Por Luana Pavani
Atualização:

A Estácio encerrou o quarto trimestre de 2017 com prejuízo de R$ 12,8 milhões, ante lucro de R$ 124,3 milhões no mesmo período de 2016. No critério ajustado, porém, a companhia de educação apresenta resultado positivo, de R$ 180,2 milhões, 420,6% maior que o lucro líquido também ajustado no quarto trimestre de 2016.

Unidade da Estácio Foto: Ricardo Moraes/Reuters

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O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado de 2016 difere do divulgado no quarto trimestre daquele ano pois a taxa administrativa do programa federal Fies (2%) passou a ser contabilizada a partir do terceiro trimestre de 2016, explica a empresa em relatório sobre o desempenho financeiro de 2017.

O indicador ficou em R$ 45,4 milhões no quarto trimestre, 79,1% menor que no mesmo intervalo de 2016, mas pelo critério ajustado teria um aumento de 87,0%, para R$ 238,4 milhões. A margem Ebitda cai de 27,3% para 5,4% no primeiro caso e sobe de 16,0% para 28,4% no ajustado.

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A gestão da Estácio, companhia que teve a negociação de fusão com a Kroton negada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), fez lançamentos não recorrentes no resultado de 2017, como R$ 26,8 milhões como baixa de depósitos judiciais na linha de provisão para contingências; R$ 14 milhões em impairment do ágio registrado na Nova Academia do Concurso, uma das adquiridas; R$ 7,1 milhões em revisão da provisão de aluguéis a receber; R$ 3,3 milhões em baixa de créditos fiscais; R$ 6,4 milhões na linha de provisão para crédito de liquidação duvidosa; e R$ 1,7 milhão em despesas com o processo de fusão e aquisição (M&A na sigla em inglês).

Assim, o lucro líquido do acumulado de 2017 é de R$ 424,6 milhões, um aumento de 15,3% sobre 2016, enquanto no critério ajustado a variação pula para 60,7%, aos R$ 630,7 milhões.

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A receita líquida cresceu 5,2% no quarto trimestre, para R$ 838,5 milhões, e 6,1% no ano, para R$ 3,379 bilhões.

Operacional. O total de alunos ao final de dezembro era de 515,4 mil, o que representa um aumento de 1,5% em relação ao quarto trimestre de 2016, o que a Estácio atribui ao crescimento de 17,0% na base de alunos de ensino a distância, para 170,7 mil alunos. Já o segmento presencial apresentou queda de 4,8%, para 344,7 mil alunos.

A base de alunos Fies caiu 20,4% para 92,2 mil alunos. "Importante destacar que, neste semestre, apenas 3,4% dos novos alunos de graduação presencial foram captados via Fies, contra 4,7% no ano anterior", explica a companhia.

Análise. Os resultados do quarto trimestre da Estácio foram considerados positivos por analistas de mercado, que destacaram os cortes de custo. O movimento, que envolveu demissões e a decisão de fechar campi, foi visto como um passo para o processo de recuperação das operações da companhia.

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"Embora os números tenham sido fracos, isso era largamente esperado devido aos custos relacionados à reestruturação dos negócios. O cenário agora parece melhor e mais limpo e mantemos nossa visão construtiva", escreveram Tobias Stingelin, Leandro Bastos e Pedro Pinto, do Credit Suisse. A ação está em alta de 3,74%, ante 0,45% de valorização do Ibovespa, aos 85.282 pontos.

A Brasil Plural destacou o ganho de margens da companhia após os cortes de custo. "A Estácio voltou a mostrar uma boa execução das iniciativas descritas após a mudança de gestão do ano passado", comentou a equipe de análise.

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O Itaú BBA chamou atenção ainda para o crescimento do tíquete médio tanto na graduação presencial como no ensino a distância. O resultado reflete, conforme destacaram os analistas Susana Salaru e Vitor Tomita, a estratégia de restringir descontos nas mensalidades. 

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