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Estamos trabalhando em propostas para recapitalizar a Caixa sem o FGTS, diz Meirelles

Socorro ao banco com recursos do trabalhador passou a ser questionado após afastamento de quatro VPs por suspeitas de corrupção; ministro diz acreditar na aprovação da reforma da Previdência, sem saber, contudo, quando isso vai acontecer

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Por Eduardo Laguna (Broadcast)
Atualização:

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse nesta quinta-feira, 18, que a equipe econômica vai apresentar "nos próximos dias" alternativas para capitalizar a Caixa sem recursos do FGTS, cujo uso passou a ser questionado após as suspeitas de corrupção que levaram ao afastamento de quatro vice-presidentes do banco.

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"Vamos viabilizar a recapitalização da Caixa. A capacidade da Caixa deve ser preservada para continuar emprestando onde deve, que é a construção de mais moradias", comentou o titular da Fazenda após gravar entrevista ao programa Canal Livre, da TV Bandeirantes. "Talvez não seja necessário entrar nessa discussão do FGTS", acrescentou.

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'Vamos viabilizar a recapitalização da Caixa', afirma Meirelles. Foto: André Dusek/Estadão

Duas das possibilidades para injetar recursos na Caixa citadas por Meirelles são a venda de carteiras de crédito a outras instituições, de modo que o banco estatal se concentre no financiamento imobiliário, e a transferência de dividendos pagos à União.

Sobre o socorro com recursos do FGTS, Meirelles informou que a possibilidade está em estudo técnico, ainda sem conclusão final, e só será adotada se não houver riscos para o fundo dos trabalhadores.

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"Não há necessidade de assumir nenhum risco nesse tipo de coisa", frisou o ministro, complementando que a operação poderá ser feita com a aplicação dos recursos em títulos da Caixa, de longo prazo ou perpétuos, que garantam rendimento ao FGTS. "Recursos do trabalhador têm que ser aplicados em algo que dê retorno e seja garantido."

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Ele comentou ainda que a possibilidade de o presidente Michel Temer (MDB) perder apoio de partidos que indicaram os quatro vice-presidentes da Caixa afastados de suas funções por suspeita de corrupção é uma "questão que não se coloca". 

"Estamos seguindo a lei de governança das estatais aprovada pelo Congresso", disse o titular da Fazenda.

Previdência. Meirelles disse ainda acreditar que a reforma da Previdência será votada e aprovada. Mas a questão, pondera o ministro, é "quando" isso vai acontecer. 

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Ele pediu que as mudanças nas regras das aposentadorias sejam aprovadas o mais rápido possível e disse que adiar a proposta de emenda constitucional para 2019 seria ruim para a economia por prolongar a incerteza.

Apesar disso, o ministro da Fazenda ponderou que a velocidade de tramitação da matéria é prerrogativa do Congresso. Ele evitou comentar se a reforma poderá ser adiada para depois das eleições se não houver votos suficientes na volta do recesso parlamentar, quando o governo pretende mandar a PEC ao plenário da Câmara.

"O que dizemos é que a reforma é fundamental, é importante e deve ser votada tão logo seja possível. O quando possível é decisão do comando do Congresso", disse o ministro a jornalistas.

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