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‘Estamos vivendo um ano espetacular do ponto de vista do consumo’, diz Ricardo Sayon

Fundador da Ri Happy, a maior rede de lojas de brinquedos do País, afirma que Brasil vive momento encantador, mas ainda precisa resolver problemas de logística, mão de obra e infraestrutura

Por Leticia Bragaglia
Atualização:

Sem paciência para lidar com inquilinos que não pagavam o aluguel de uma pequena lojinha em uma galeria dos Jardins, em São Paulo, Ricardo Sayon sugeriu à esposa que abrisse no imóvel algum negócio. "Falei pra ela vender qualquer coisa: chupeta, brinquedos," lembra o empresário, que na época ainda trabalhava como médico e tinha uma promissora carreira de pediatra pela frente. Foi assim, de forma bastante amadora e quase por acidente, que surgiu a Ri Happy, em 1988. (Veja a entrevista completa nos 3 vídeos abaixo)

"A Ri Happy começou como uma brincadeira" diz Ricardo Sayon

Aos poucos, Sayon foi se envolvendo no negócio, até largar de vez a medicina. Com a ajuda do sócio Roberto Saba, começou a expansão da rede, que hoje já tem 98 lojas espalhadas pelo país. O sucesso, no entanto, não veio fácil "Pensei até em desistir no momento mais difícil, mas conheci um diretor comercial da Estrela que me convenceu a recomeçar do zero."

A guinada mudou a cultura da empresa, até então, focada no resultado comercial. "As lojas de brinquedo da época funcionavam no sistema de autosserviço. Resolvemos fazer algo diferente, apostando na prestação de serviços," diz Sayon. Os vendedores passaram então a aprender sobre o desenvolvimento infantil, para poder indicar os brinquedos adequados para cada idade. As lojas também foram reformadas e se tornaram espaços lúdicos, onde as crianças poderiam experimentar os produtos. "Criamos também informativos para os pais, com dicas sobre saúde e calendários de vacinação. Enfim, mudamos a nossa relação com o cliente."

Acostumado a trabalhar até 12 horas por dia, Sayon diz que nem nas viagens de lazer com a família se desliga dos negócios. "Fico mais ausente do que gostaria, mas não sou workaholic," diz ele, que pretende ampliar a rede. "Vamos abrir nos próximos meses duas novas lojas: uma no Morumbi, em São Paulo, e outra em São Caetano.

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Para o Dia das Crianças, o empresário prevê bons resultados. "Estamos vivendo um ano espetacular do ponto de vista do consumo. Nunca pensei que fosse viver para assistir esse aquecimento da economia e esse problema atual de falta de mão de obra." Questionado sobre o alto custo dos brinquedos no país, ele é enfático: "O brinquedo ainda é caro no Brasil por causa da carga tributária, que é estúpida."

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