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Estava decidido há muito tempo mudança na aposentadoria de militares em uma 2ª fase, diz Heleno

Em Davos, ministro do Gabinete de Segurança Institucional disse que a reforma da Previdência será dividida em duas partes porque as Forças Armadas têm "outro tipo de proteção social"

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Por Adriana Fernandes
Atualização:

DAVOS - O ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, revelou nesta quinta-feira, 24, que já estava decidido há muito tempo deixar para uma segunda etapa da reforma da Previdência as mudanças nas regras de aposentadoria dos militares.

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"Estamos de acordo com isso. Já está acertado há muito tempo", afirmou em Davos, na Suíça, onde acompanha o presidente Jair Bolsonaro no Fórum Econômico Mundial. Ele justificou a decisão de separar a reforma em duas partes alegando que os militares não têm Previdência Social. "Não somos relacionados à Previdência. É outro tipo de proteção social", afirmou.

O ministro previu muita negociação para aprovar as mudanças. "Do mesmo jeito (que a reforma da Previdência) vai ter que negociar. É tudo igual", disse.

O ministro Augusto Heleno com o presidente Jair Bolsonaro: general prevê muito negociação para aprovar reforma. Foto: Adriano Machado/Reuters - 7/11/2018

Na quarta-feira, o presidente e seu vice, Hamilton Mourão, indicaram a possibilidade de as mudanças nas regras dos militares ficarem para depois. A estratégia que será defendida pela equipe econômica, porém, é que o projeto de lei dos militares seja encaminhado logo no início do ano legislativo, com o novo texto da reforma, para reforçar a tese de que todos precisarão dar sua contribuição para o equilíbrio da Previdência e das contas do País.

Segundo apurou o Estadão/Broadcast, o ministro da Economia, Paulo Guedes, foi aconselhado em Davos a não deixar os militares de fora da reforma porque poderia colocar em risco a aprovação da reforma da Previdência pelo Congresso.

O ex-presidente Michel Temer enfrentou fortes críticas por excluir os militares das mudanças. Essa decisão poderia inclusive fragilizar as articulações do governo no Congresso e a estratégia de comunicação para convencer a sociedade da necessidade da reforma.

As regras de aposentadoria para as Forças Armadas estão previstas hoje em lei ordinária e não carecem de emenda constitucional para serem alteradas. É por isso que o tema deve ficar de fora da emenda aglutinativa que será apresentada em plenário, aproveitando a PEC que já está em tramitação, para alterar os critérios de aposentadoria e pensão no País.

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Acompanhe aqui outras informações sobre o Fórum Econômico Mundial na Suíça.

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