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Estoque de crédito cai, mas crescem as concessões

Trata-se de queda de 3,2% do PIB em 12 meses, mas alguns indicadores mais recentes são positivos

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Por Redação
Atualização:

O saldo das operações de crédito, que inclui os juros incidentes sobre os empréstimos, diminuiu 0,2% entre abril e maio e 2,6% entre maio de 2016 e maio de 2017, chegando a R$ 3,065 trilhões ou 48,6% do Produto Interno Bruto (PIB), segundo o Relatório de Política Monetária e Operações de Crédito do SFN, do Banco Central (BC). Trata-se de queda de 3,2% do PIB em 12 meses, mas alguns indicadores mais recentes são positivos e poderão levar, no segundo semestre, a uma alta consistente da demanda de crédito.

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O fato mais importante, ao que tudo indica, é o início de uma redução das taxas de juros cobradas pelos bancos. Estas caíram 2,6 pontos porcentuais em 12 meses para pessoas jurídicas, atingindo 19% ao ano, em média, e 5,3 pontos porcentuais nas operações com pessoas físicas, chegando a 36,9% ao ano. São taxas médias, que misturam os juros mais baratos cobrados nas operações de crédito direcionado com os juros mais elevados aplicados às operações de crédito livre.

O Indicador de Custo de Crédito (ICC), ferramenta recente do BC para apurar o custo médio de todas as operações de crédito ativas, registrou recuo nas taxas livres pelo terceiro mês consecutivo.

A direção, portanto, é positiva, pois os spreads bancários (diferença entre as taxas ativas e as taxas passivas) estão caindo e influenciando outro indicador: o das concessões de crédito, que representam as operações novas, renovação de operações antigas ou operações renegociadas. Sem considerar a sazonalidade, entre abril e maio as concessões para pessoas jurídicas avançaram 11,4% e para as físicas, 17,1%.

As concessões de crédito livre para empresas cresceram 14,2%, enquanto as taxas médias de juros caíram 0,4 ponto porcentual. Mas as concessões de crédito direcionado caíram 9,2% no mês, provavelmente em decorrência da queda da oferta de crédito do BNDES.

As concessões de crédito livre para pessoas físicas aumentaram 16,5% entre abril e maio, enquanto os juros caíam 4,5 pontos porcentuais ao ano. O recuo da taxa média foi influenciado pelas novas regras do BC relativas ao rotativo do cartão de crédito, com corte de juros nas operações com pagamento mínimo de 183,6 pontos porcentuais (de 431,1% para 247,5% ao ano).

O crédito ainda é raro e caro, mas as perspectivas de melhora são menos sombrias.

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