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Estoque de crédito diminuiu em janeiro

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Por Redação
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O estoque total de crédito do sistema financeiro diminuiu de R$ 3,017 trilhões, em dezembro, para R$ 3,012 trilhões, em janeiro (-0,2%), ao mesmo tempo que bancos privados e estrangeiros comprimiam os negócios, enquanto os bancos públicos aumentavam a participação nos empréstimos. A proporção entre crédito e Produto Interno Bruto (PIB) caiu de 58,9% para 58,5%, após subir sem interrupção desde agosto.Mais intensa foi a diminuição das concessões de crédito, de R$ 369,7 milhões em dezembro - sazonalmente o mês mais forte do ano para os empréstimos - para R$ 301,3 milhões em janeiro (-18,5%). Mas, em termos sazonais, conforme a análise dos economistas do Grupo Itaú, o comportamento das concessões de crédito livre foi positivo, em especial para pessoas físicas, com avanço de 10,5% em 12 meses.De modo geral, os números do crédito em janeiro confirmam a estagnação da economia. A manutenção do ritmo de atividade depende de empréstimos, mas os tomadores se retraem. Em dezembro, quem precisou de recursos acima de sua capacidade de tomá-los aceitou linhas de crédito mais caras.As empresas, por exemplo, aumentaram em 8,5% o total devido por operações com cheque especial, de R$ 13,8 bilhões para R$ 15 bilhões, o que significa custos elevados. As pessoas físicas tomaram 7,9% mais, chegando a R$ 26,4 bilhões, ao custo médio de 208,7% ao ano - juro maior, só no cartão de crédito (334% ao ano). Enquanto isso, caiu o financiamento para a compra de veículos, cujos custos são módicos.A alta de juros foi geral - em média, de 1 ponto porcentual para empresas (de 24,2% para 25,2% ao ano) e de 2,5 pontos para pessoas físicas (de 50,1% para 52,6% ao ano). Mas a inadimplência superior a 90 dias pouco subiu (0,1 ponto), alcançando mais as empresas, que sofrem com a diminuição de negócios e a falta de capital de giro. O crédito para o comércio caiu 3,3% e, para a indústria, 0,9%, mostraram os dados incluídos pelo Banco Central na nota mensal de crédito e política monetária.O crédito total aumentou 14,7%, entre 2012 e 2013, e 11,3%, entre 2013 e 2014. Para este ano, a previsão das autoridades monetárias é de um acréscimo de 12%. Trata-se de um porcentual superior ao estimado por bancos privados - a área de pesquisa do Bradesco calcula que o avanço em 2015 se limitará a 10,5%, dependendo da oferta de crédito imobiliário, que ainda cresceu 27,9% nos últimos 12 meses.

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