WASHINGTON - A economia dos Estados Unidos criou 156 mil vagas em setembro, o ganho mais modesto desde maio, informou nesta sexta-feira o Departamento do Trabalho. Analistas ouvidos pelo Wall Street Journal previam 170 mil novos postos de trabalho no país.
O governo também revisou dados de meses anteriores, embora nesse caso o panorama não tenha mudado muito. A economia dos EUA criou 167 mil vagas em agosto, mais que as 151 mil antes reportadas, e em julho foram gerados 252 mil empregos, menos que os 272 mil antes divulgados.
O crescimento nos salários dos trabalhadores acelerou no mês de setembro. Os funcionários do setor privado ganharam, em média, US$ 25,79 por hora em setembro, alta de 0,2% na comparação com o mês anterior. Houve crescimento de 2,6% nesse indicador na comparação anual.
A taxa de participação da força de trabalho ficou em 69,2% em setembro, de 69,1% em agosto. Essa taxa está perto do patamar mais baixo desde o fim dos anos 1970, em parte por causa da aposentadoria da geração do chamado baby boom, mas também porque muitos norte-americanos em idade de trabalho desistiram de buscar trabalho.
Mesmo com o progresso na geração de vagas, muitos norte-americanos queriam trabalhar mais horas. A parcela dos que estão sem emprego, sem desejar trabalhar apenas meio período ou ainda desencorajados a buscar trabalho ficou em 9,7% em setembro, no mesmo patamar de agosto.
O número de horas médio trabalhado na semana subiu de 34,3 horas em agosto para 34,4 em setembro
A taxa de desemprego nos Estados Unidos subiu a 5,0% em setembro, de 4,9% em agosto, informou o Departamento do Trabalho. O resultado ficou acima da previsão dos analistas consultados pela Dow Jones Newswires, que esperavam manutenção do número.
Uma medida mais ampla do desemprego - que inclui os norte-americanos com trabalho de período parcial ou desanimados para procurar emprego - permaneceu em 9,7% em agosto.
Já a taxa de participação na força de trabalho dos EUA subiu marginalmente a 62,9% em setembro, de 62,8% em agosto.
Juros. Apesar de o documento conhecido como "payroll" ter vindo aquém da expectativa, as apostas de elevação de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) na reunião de dezembro aumentaram após o relatório.
A presidente da distrital do Fed em Cleveland, Loretta Mester, comentou à emissora CNBC que o relatório de setembro foi "sólido" e que faz sentido voltar a elevar juros.
Os futuros dos Fed funds mostravam que a chance de uma elevação de juros pelo BC dos EUA em dezembro estava em 65,6%, ante 63,9% momentos antes do indicador. Já para novembro, as apostas de aumento de juros diminuíram para 9,3%, de 15,5% anteriormente.