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Eurásia alerta para situação da Argentina

Eurásia reduziu sua perspectiva para a trajetória do país no curto e no longo prazos, nos dois casos de positiva para neutra

Por Gabriel Bueno da Costa
Atualização:

A consultoria Eurásia disse que o Banco Central da Argentina adotou “medidas decisivas” na sexta-feira passada para conter a desvalorização do peso, ao elevar os juros de 33,25% para 40% e forçar os bancos a venderem dólares no mercado doméstico.+ Calmaria, a um custo alto

Segundo a consultoria, porém, um cenário de juros elevados, crescimento menor, alta inflação e uma moeda ainda valorizada “seria difícil politicamente de sustentar e poderia levar a novas tensões entre os formuladores da política econômica”.

Um cenário de juros elevados, crescimento menor, alta inflação e uma moeda ainda valorizada seriapoliticamente difícil de sustentar, segundo a consultoria Foto: Victor R. Caivano/AP

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Nesse quadro, a Eurásia reduziu sua perspectiva para a trajetória do país no curto e no longo prazos, nos dois casos de positiva para neutra. Segundo ela, a consolidação fiscal e as reformas econômicas devem continuar a avançar, mas cálculos de ganhos e perdas na arena política e também restrições à tomada de decisões no país devem dificultar isso, “em um quadro global mais desafiador”.+ Para governo brasileiro, risco de contaminação é pequeno

A Eurásia vê os anúncios de sexta-feira como uma mudança nos objetivos da equipe econômica, estabelecidos no fim do ano passado, que eram de reformas, desregulação e evitar um peso mais fraco. Para a consultoria, agora não está claro se esses objetivos foram substituídos por algo além de gerenciar a crise no curto prazo. Mais adiante, acredita que a política econômica continuará reagindo ao que acontece, na dependência de variações do mercado e de como o quadro econômico global se desenvolve nos próximos meses.+ ‘Era urgente frear a escalada do dólar’, diz sócio de consultoria argentina

O desafio, para a Eurásia, surgirá se o peso se valorizar mais em termos reais, em um contexto de inflação ainda alta e crescimento mais fraco. Na avaliação dela, correntes diferentes no governo podem gerar ruído na questão da taxa de juros e da política monetária.

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