BRASÍLIA - Após se reunir com o ministro Eliseu Padilha (Casa Civil) na tarde deste domingo, 27, no Palácio do Planalto, o deputado e ex-ministro Osmar Terra (MDB-RS) admitiu que o governo estuda a possibilidade de zerar o PIS/Cofins do preço do diesel para negociar o fim da greve dos caminhoneiros, o que teria custo de R$ 13,5 bilhões aos cofres públicos, com impacto inclusive na arrecadação de janeiro. Ele tem atuado na interlocução do governo com entidades dos caminhoneiros e participado das reuniões de acompanhamento com o presidente Michel Temer.
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Por causa da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), seria preciso encontrar uma fonte de compensação financeira para eliminar o imposto. A proposta de zerar o PIS/Cofins foi incluída no projeto de reoneração da folha de pagamento por deputados na semana passada contra a vontade de governo e agora o texto está no Senado. "O governo está estudando essa possibilidade. Tudo é possível", disse Terra neste domingo.
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Segundo fontes, o presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), já disse a aliados que não vai pautar o projeto enquanto não houver uma solução por parte do governo para a questão do PIS/Cofins.
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Osmar Terra afirmou ainda que o governo fez o acordo com algumas entidades na última quinta-feira, 24, porém outros caminhoneiros que continuam obstruindo as estradas "não entenderam ou não aceitaram" as propostas e também precisam ser chamados para conversar. "O governo precisa ouvir os caminhoneiros de novo, todos precisam ser ouvidos."
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Inicialmente, de acordo com ele, as reuniões serão apenas com técnicos da Casa Civil para que as entidades apresentem suas demandas. Entre os participantes da conversa deste domingo estão representantes do Sindicato dos Transportadores Autônomos de Carga de Volta Redonda e Região Sul Fluminense.
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O deputado disse que é preciso resolver logo a paralisação dos caminhoneiros porque "a população está sofrendo", mas ele ponderou que não é possível "resolver tudo num passe de mágica". "Com a força que esse movimento tem, não podemos ignorar a negociação política", justificou Osmar Terra.
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Conflito social. O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, demonstrou, neste domingo, 27, preocupação com a paralisação de caminhoneiros. Segundo ele, com o movimento, que completa sete dias, "a economia brasileira está sendo asfixiada. Todos estamos na iminência de um grave conflito social", relatou em comunicado. "A saída está na política, mas é necessário algum tempo."
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O ministro admite não saber a resposta ao ser indagado sobre o fim da paralisação, mas que o governo está trabalhando para achar uma saída. "O problema é econômico e político ao mesmo tempo. O governo estuda como atender uma nova pauta de reivindicações enviada por 'lideranças' do movimento, mas não se sabe exatamente com quem finalizar esta negociação", informou Maggi.
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Segundo o ministro, "o bom senso deve prevalecer", com a suspensão por 15 dias do movimento até que haja o abastecimento do País. Maggi cita que fábricas de ração estão paradas e os alimentos não chegam aos animais. "Pelo lado da agricultura e pecuária, as coisas estão fora de controle, bilhões de aves e suínos estão ameaçados de morte por falta de alimentos. Navios (estão) esperando para embarcar mercadorias para a exportação", explicou.
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Por fim, Maggi cita que o Ministério da Agricultura participa do comitê de crise, tenho ouvido todos os lados e "todos têm razão", relatou. "Daí vem a necessidade de uma trégua e de diálogo contínuo sem radicalização." / JULIA LINDNER, TÂNIA MONTEIRO, FERNANDO NAKAGAWA, RAFAEL MORAES MOURA E GUSTAVO PORTO
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