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Excesso de endividamento no crédito consignado

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Por Redação
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Entre janeiro e julho, o valor médio dos empréstimos consignados contratados por aposentados e pensionistas do INSS, no Estado de São Paulo, aumentou 44%, passando de R$ 2.346,45 para R$ 3.379,80, segundo o Ministério da Previdência Social. É um indício de endividamento excessivo de parte dos tomadores.Apesar de os juros das operações consignadas serem em média de 27,9% ao ano, segundo o Banco Central - bem inferiores aos 48,7% ao ano cobrados nos empréstimos pessoais -, dívidas muito altas antecedem a inadimplência, que até o momento se mantém relativamente baixa.O crédito consignado tem sido importante para os trabalhadores com carteira assinada e para os aposentados, que podem tomar empréstimos mais baratos, visto que as instituições têm a garantia do retorno. Em dezembro, as operações consignadas atingiam R$ 138 bilhões e representavam 61% do total dos empréstimos pessoais. Em julho o valor atingia R$ 150 bilhões, mas a participação do consignado no crédito pessoal caiu para 58,9%. Provavelmente, isso se deve ao esgotamento da capacidade dos aposentados, que só podem comprometer 30% da renda.Como o número de tomadores caiu mais do que o volume dos empréstimos, isso sugere uma concentração de tomadores, além do que "a situação financeira de quem precisou recorrer ao crédito piorou", disse ao JT (1/9, 1B) o professor da Fipecapi Silvio Paixão. Ele recomenda que os aposentados só tomem crédito, consignado ou não, em situações emergenciais, não "para complementar a renda da família ou facilitar o consumo de um bem não durável".Em julho, aposentados e pensionistas contrataram 718,5 mil operações consignadas, no montante de R$ 2,161 bilhões, 5,88% menos do que em julho de 2010. Das operações, 61% são contratados por aposentados na faixa etária de 60 anos a 79 anos, quando são maiores as despesas obrigatórias com remédios e outros cuidados com a saúde.Embora o valor médio do crédito consignado a beneficiários do INSS seja aparentemente baixo, de R$ 3,37 mil, a maioria dos tomadores percebe entre um e três salários mínimos - e as prestações comprometem a capacidade de consumo. Com a inflação, cresceram os atrasos de pagamento de empréstimos nos bancos e financeiras. Em tempos de incerteza, cabe lembrar que o excesso de dívidas - de governos, empresas e pessoas - é causa de recessões, pois os agentes econômicos perdem a capacidade de consumir e de investir.

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