Executivos do setor financeiro defendem aprovação das reformas

Para presidente do Bradesco, encaminhamento de reformas não é ‘modismo’, mas uma necessidade para pôr o País na rota da estabilidade

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Por Redação
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O presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, afirmou ontem que o encaminhamento das reformas trabalhista e da Previdência não é um “modismo, mas uma necessidade” para pôr o País no caminho da estabilidade. “O diagnóstico da crise fiscal está feito. Isso envolve responsabilidade ainda maior no encaminhamento das reformas, que são necessárias”, afirmou o executivo do Bradesco, vencedor do prêmio Finanças Mais, organizado pelo Estadão/Broadcast, na categoria banco de varejo.

Finanças Mais premia as empresas líderes do setor financeiro no Brasil e é uma iniciativa do 'Estadão/Broadcast' Foto: Alex Silva/Estadão

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Segundo ele, o ano de 2017 está marcado por uma “grande volatilidade política”, mas não se pode esquecer que o governo atual é de transição. O executivo destacou, porém, que o momento tem como pano de fundo o diagnóstico e terapia da área econômica, que estão dando segurança ao País. No discurso de abertura do evento, que anunciou as “melhores e mais equilibradas” instituições financeiras do País, o diretor-presidente do Grupo Estado, Francisco Mesquita Neto, também defendeu as reformas.

Para ele, é preciso que as autoridades, em especial o Congresso, tenham equilíbrio e responsabilidade para fazer com que essa agenda avance. “E esse avanço é fundamental para que a retomada se confirme e para que o governo ajuste as contas e mais empregos sejam criados.”

Os vencedores do prêmio Finanças Mais se mostraram otimistas em relação à retomada do País, apesar de ressaltarem a gravidade da crise política. O economista-chefe do Santander, Mauricio Molan, afirmou que o crédito deve crescer este ano, apesar da crise deflagrada com a delação da JBS. Segundo ele, a nova crise política teve impacto na demanda por crédito, mas foi moderada, assim como no sistema financeiro.

Mesma percepção foi verificada no setor de seguros, que aposta na melhoria do desempenho este ano. “2017 tem sido positivo e esperamos fechar o ano dentro da meta”, afirmou o presidente da Bradesco Seguros, Octavio de Lazari Júnior. Segundo ele, o setor apresenta desempenho positivo no ano, com exceção de algumas áreas, como a de seguro-saúde, que tem sido afetada pela elevada taxa de desemprego no País.

O presidente da Bradesco Seguros lembrou que a discussão sobre a reforma da Previdência contribui para elevar a preocupação com a aposentadoria, o que beneficia os planos complementares. O diretor-geral da Bradesco Vida e Previdência, Jorge Nasser, destacou que ainda não houve corrida no setor privado, mas o entendimento da população sobre o tema aumentou e a procura por opções privadas também.

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“Vejo uma janela de oportunidade para a aprovação da reforma da Previdência ainda este ano. Não será a ideal nem a definitiva, mas a aprovação é um avanço importante”, disse Nasser. A sociedade brasileira, completou ele, passou a entender melhor a reforma e sabe que a questão precisa ser endereçada, mesmo que possa não concordar com todos os pontos propostos.

Na seguradora Tokio Marine, a expectativa é manter a expansão em torno de 26% neste ano. “Vamos encerrar 2017 com índice combinado (que mede a eficiência operacional da companhia) abaixo dos 100%, que mostra resultado industrial da operação e crescimento de dois dígitos mesmo em um cenário mais competitivo”, afirma o presidente da seguradora, José Ferrara.

Uma das apostas da empresa é o seguro popular, que permite o uso de peças usadas e genéricas. “Estamos conseguindo atrair pessoas que nunca tinham contratado seguro de automóvel”, disse o diretor da Tokio Marine, Marcelo Goldman. Das apólices de automóvel popular vendidas pela seguradora, 60% foram adquiridas por novos segurados.

Meta. Os executivos também elogiaram a extensão da meta de inflação, anunciada quinta-feira pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Molan, do Santander, afirmou que a medida veio dentro da mudança estrutural e da evolução “previsível” da política fiscal e monetária. Para Trabuco, do Bradesco, a decisão é uma importante sinalização para o mercado e para o crédito brasileiro no exterior. /ALINE BRONZATI, FERNANDA GUIMARAES, SILVIA ARAÚJO E ALTAMIRO SILVA JÚNIOR

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