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Executivos podem pegar de 3 a 12 anos de prisão

Por Josette Goulart
Atualização:

Os crimes contra o sistema financeiro nacional apontados pelo Ministério Público Federal (MPF) em suas considerações finais no caso Panamericano podem levar os ex-executivos do banco a penas de 3 a 12 anos de prisão por cada crime. Todos os nove ex-executivos apontados no relatório do MPF são acusados de crimes de gestão fraudulenta, justamente o que dá a maior pena. Três deles são também acusados de outros crimes, como apropriação indevida de bens e indução de sócio, investidor e autoridade a erro.

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A lista é encabeçada por Luis Sebastião Sandoval, que era presidente do Conselho de Administração do banco. De acordo com o MPF, ficou provado que o executivo não participou diretamente das fraudes, mas se omitiu e por isso teria de responder por quatro crimes. O advogado de Sandoval, Alberto Zacharias Toron, diz que em nenhum momento foi dada a seu cliente a oportunidade de se defender de qualquer acusação por “omissão”.

O segundo da lista é Rafael Palladino, que foi diretor superintendente do banco e tinha por responsabilidade instruir seus diretores. O ex-executivo era pleno conhecedor dos problemas do banco, segundo o MPF, e sabia que o diretor Wilson Roberto de Aro não teria formas que não ilícitas de apurar resultados positivos. O advogado de Palladino, Antônio Cláudio Mariz de Oliveira, diz que as considerações são inconsistentes. “Não ficaram provadas a prática ou o conhecimento das irregularidades”. Já advogada de Wilson Aro, Sandra Gonçalves Pires, disse que a peça do ministério Público merece ainda análise mais detalhada. Segundo o MPF, Aro foi o idealizador das fraudes contábeis.

Todos os advogados dos outros acusados foram procurados para comentar o relatório do MPF. A defesa de Adalberto Savioli diz que teria ficado provada a existência de renegociações de dívidas de cartão de crédito, pela qual seu cliente era responsável. A defesa de Eduardo Ávila, que era diretor de tecnologia da informação, diz que o pedido de condenação por gestão fraudulenta não faz sentido já que o próprio MPF reconheceu que a área gerida por Ávila era apenas de suporte. O advogado de Antonio Carlos Carletto, Rodrigo Carneiro Maia, disse que irá demonstrar a inocência de seu cliente. A defesa dos outros acusados não respondeu à reportagem.

Sandoval e Claudio Baracat Sauda foram os únicos que tiveram pedidos de condenação por todos os crimes apontados anteriormente.

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