Publicidade

Famílias visitadas por Dilma ficam frustradas

Os novos moradores foram surpreendidos pela notícia de que o Minha Casa Melhor havia sido suspenso

Por Ricardo Della Coletta
Atualização:
BRASILIA/DF 26-02-2015 ECONOMIA NEGOCIOS MINHA CASA MINHA VIDA PERSONAGEM Foto 1 - Eliane Costa Santos, beneficiária que vai morar com um filho na nova moradia do Minha Casa, Minha Vida. FOTO Ricardo Della Coletta/ESTADAO 

FEIRA DE SANTANA (BA) - As 920 famílias de Feira de Santana que receberam da presidente na quarta-feira as chaves dos imóveis do Minha Casa, Minha Vida não puderam pegar o cartão para comprar os móveis. A Superintendência Regional da Caixa na Bahia confirmou ao

Estado

que os cartões não foram distribuídos por determinação do banco em todo o País.

PUBLICIDADE

Os novos moradores foram surpreendidos pela notícia de que o Minha Casa Melhor havia sido suspenso. A notícia se espalhou no boca a boca e criou um clima de decepção geral, já que muitos contavam com a linha de crédito para mobiliar suas novas casas. "Fui surpreendida porque não tenho os móveis, estava contando (com o Minha Casa Melhor). Preciso comprar quase tudo. Tenho um fogão de duas bocas, uma geladeira usada, com problema na borracha, que eu queria trocar, e um colchão que durmo com meu filho", disse Eliane Costa Santos, de 24 anos.

Vendedora ambulante e com renda de um salário mínimo, ela vai se mudar com um filho para a nova casa. "Não tenho os móveis de casa e não tenho condições de comprar. Em tempo de festa a gente ganha. Fora de época não tem boa vendagem."

No dia seguinte à cerimônia, quando muitos moradores foram nos residenciais Solar da Princesa III e IV, no bairro de Gabriela, em Feira de Santana, para tratar da instalação de água e luz, outra contemplada ouvida pelo

Estado

Publicidade

alegou que não houve justificativa para a interrupção. "Me disseram que estava suspenso desde o dia 20 de fevereiro, por tempo indeterminado", afirmou Cidiléia Santos Silva, que tem 29 anos e é mãe de um filho. "A única coisa que tenho, graças a Deus, é uma cama, o guarda-roupa do meu filho, um fogão, um bujão e minhas roupas", queixou-se. "O Minha Casa Melhor ia ser importante para eu poder comparar um sofá, arrumar o quarto do meu filho, comprar um fogão melhor e armário de cozinha. Mobiliar minha casa toda."

Com duas filhas, Aline Ribeiro, de 32 anos, contou que um funcionário da Caixa disse que o Minha Casa Melhor estava suspenso e não havia previsão de retorno. "É uma coisa que se não retornar vai fazer falta para muita gente. Muita gente que não tem nada e precisa do cartão", afirmou. "Não tenho cama, minha filha não tem cama e não tenho guarda-roupa. Se chegar, vai vir em boa hora."

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.