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Fiat é acusada de inflar vendas de automóveis nos EUA

Presidente de grupo de concessionárias de Chicago diz que montadora pagava para que vendas falsas fossem registradas; Fiat afirma que denúncia não tem 'mérito'

Por André Ítalo Rocha
Atualização:

Acusada de oferecer dinheiro a concessionárias dos Estados Unidos para registrar veículos não vendidos como vendidos, a Fiat publicou nota nesta quinta-feira, 14, na qual diz que a denúncia não tem "mérito". "A companhia tem confiança na integridade do processo de seus negócios e nos acordos com concessionárias e pretende defender-se da ação com vigor", afirma a montadora italiana no comunicado, publicado em seu site.

A Fiat declarou também que, embora esteja ciente da acusação, ainda não foi notificada oficialmente pela Justiça norte-americana. A denúncia partiu do grupo de concessionárias Napleton Automotive Group, de Chicago. Eles acusam a Fiat de recompensar financeiramente as revendedoras que falsificarem seus relatórios de vendas, para inflar o volume de comercialização da montadora no país. A Fiat tem relatado aumentos mensais de vendas por 69 meses consecutivos.

Fiat tem relatado aumentos mensais de vendas por 69 meses consecutivos Foto: Reuters

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O empresário Edward Napleton, presidente do grupo Napleton, alega que uma concessionária concorrente registrou 85 vendas falsas de veículos e para isso recebeu dezenas de milhares de dólares. Ele conta também que já recebeu uma oferta de US$ 20 mil para relatar vendas falsas de 40 veículos, mas recusou a proposta. Com a notícia, as ações da Fiat chegaram a cair mais de 10% na Bolsa de Milão nesta quinta-feira e foram suspensas diversas vezes ao longo do pregão.

A polêmica envolvendo a Fiat surge quatro meses depois de outra grande montadora, a Volkswagen, ter se envolvido em um em escândalo de falsificação de resultados de emissões de poluentes nos veículos que produz. A denúncia surgiu em setembro. Inicialmente a empresa negou, mas depois admitiu a fraude em milhões de carros. 

Mais cedo, a Renault informou que autoridades de regulação da França fizeram buscas em várias de suas instalações na semana passada em razão de uma investigação sobre emissões de poluentes. A notícia derrubou as ações da companhia na Bolsa de Paris, que chegaram a recuar mais de 9%.

Inspetores da GDCCRF - o órgão francês responsável por concorrência, consumo e combate a fraudes - realizou várias buscas no dia 7 de janeiro na sede da montadora e na fábrica de motores em Lardy, ao sul de Paris, segundo fontes do sindicato local. Segundo o ministro da Economia da França, Emmanuel Macron, a Renault é só mais uma das diversas montadoras investigadas no país. (Com informações da Dow Jones Newswires)

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