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Fiesp se mobiliza para barrar, no Senado, projeto final do ajuste fiscal

Representantes da indústria discutem o projeto da desoneração da folha de pagamentos nesta segunda-feira, em São Paulo

Por João Villaverde
Atualização:
Representantes da indústria discutem se aceitam ou não um dos apelos do governo Foto: Felipe Rau/Estadão

BRASÍLIA - A indústria vai se mobilizar para tentar barrar, no Senado, o projeto que conclui as medidas do ajuste fiscal. Os empresários vão se reunir nesta segunda-feira, 6, em São Paulo para discutir se vão lutar no Senado Federal para "acabar" com o projeto de lei que revisa a desoneração da folha de pagamentos ou se aceitam ceder um aos apelos do governo Dilma Rousseff. 

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O encontro será na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e contará com a presença de empresários do comércio varejista, dos serviços, da construção civil e da indústria de transformação. "Aumentar imposto sobre a folha de salários é um convite a aumento da demissão", disse hoje ao 'Estado' o presidente da Fiesp, Paulo Skaf.

Atualmente, empresas de 56 setores da economia contam com a folha de pagamentos desonerada dos 20% da contribuição previdenciária. As companhias pagam apenas uma alíquota de 1% ou 2% (dependendo do segmento empresarial) à Previdência, que incide sobre o faturamento. O projeto do governo, aprovado na Câmara, eleva essas alíquotas a 2,5% e 4,5%, respectivamente. 

Na prática, esse aumento - quando entrar em vigor - deve fazer as empresas voltarem a recolher o imposto sobre a folha de pagamentos, o que aumentará a arrecadação da Receita Federal. Apenas um pequeno grupo de setores conseguiu negociar na Câmara uma elevação mais suave, dessas alíquotas.

"O que passou na Câmara é muito ruim e também injusto com o conjunto das empresas brasileiras", disse Skaf, que nos últimos dias reuniu-se em Brasília com senadores da base aliada do governo e também da oposição, além do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e com o vice-presidente Michel Temer (PMDB). 

Segundo Skaf, as empresas vão decidir hoje qual caminho seguir. "Uma rota seria a luta unida para que o projeto seja totalmente alterado no Senado e outro é que apenas parte dele seja alterado, tornando o aumento mais suave das alíquotas algo geral para todos os setores e não apenas para alguns poucos", disse o presidente da Fiesp. 

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