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Mercado diminui projeção da inflação de 2016 para 5,44%

Analistas já olham para o IPCA de 2016, ano em que Banco Central promete chegar ao centro da meta da inflação; para o PIB, a estimativa do Relatório Focus foi mantida em -1,5%

Foto do author Célia Froufe
Por Célia Froufe (Broadcast)
Atualização:

BRASÍLIA - A diminuição das projeções para o IPCA de 2016 da semana passada, para 5,45%, ganhou um pouco mais força no Relatório de Mercado Focus desta semana, divulgado pelo Banco Central. Para o levantamento desta segunda-feira, que joga a mediana das estimativas para 5,44%, os analistas também contaram com informação nova: a inflação oficial de junho, que foi a maior em 10 anos para o mês, mas veio melhor do que o esperado pela maioria do mercado financeiro. 

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O fim de 2016 é o foco da autoridade monetária neste momento, já que promete entregar a inflação no centro da meta (4,5%) daqui a pouco mais de um ano. Pelos cálculos da instituição, o IPCA ficará em 4,80% em 2016 no cenário de referência e em 5,10% no de mercado. A luta do BC no momento é tentar convencer o mercado de que chegará ao centro da meta em 2016. 

Pela 13ª rodada consecutiva, porém, a estimativa para o IPCA deste ano avançou de 9,04% da semana anterior para 9,12% agora. No último Relatório Trimestral de Inflação (RTI), o BC havia apresentado estimativa de 9% no cenário de referência e de 9,10% usando os parâmetros de mercado. Após nove rodadas consecutivas de alta, as projeções para os preços administrados em 2015 ficaram estáveis. A taxa permaneceu em 14,90%. Para 2016, a expectativa ficou inalterada em 5,96%. 

Para o curto prazo, também foram vistos aumentos. No caso de julho, a estimativa apresentada na Focus subiu de 0,43% para 0,45% de uma semana para outra. No caso de agosto, que apareceu pela primeira vez no levantamento de hoje, a taxa estimada passou de 0,29% para 0,30%. 

Juro. O IPCA de junho melhor que o esperado pela maioria fez vir à tona algumas análises de que o Comitê de Política Monetária (Copom) poderia reduzir o passo do aumento dos juros, que vinha sendo de 0,50 ponto porcentual. Essa avaliação, no entanto, ainda não chegou no Relatório de Mercado Focus, que continua mostrando previsão de alta de meio ponto da taxa básica de juros este mês, para 14,25% ao ano - atualmente a Selic está em 13,75% ao ano. 

Pelo boletim, houve um aumento na mediana das previsões para 2016 de 12,06% ao ano para 12,25% ao ano, o que dizimou a divisão vista nas semanas anteriores sobre o nível da Selic no encerramento do ano que vem. A alteração das previsões também reflete o tom mais duro adotado pelo Banco Central no Relatório Trimestral de Inflação de junho e de afirmações contundentes de vários porta-vozes da instituição em relação à "determinação" e "perseverança" da autoridade monetária no combate à inflação. Já sobre 2015, a previsão de 14,50% vista na semana passada foi mantida agora.

PIB. O mercado financeiro não mexeu em suas projeções para o Produto Interno Bruto (PIB). Para de 2015, foi mantida a expectativa de retração de 1,50%, após sete semanas consecutivas de mudanças para baixo. A perspectiva de recuperação da atividade no ano que vem também segue debilitada. Foi mantida em 0,50%, como nas duas últimas edições do boletim Focus. 

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No boletim Focus desta segunda-feira, a projeção para a produção industrial, no entanto, passou de queda de 4,72% em 2015 para baixa de 5,00%. Já para 2016, a mediana das estimativas passou de +1,35% para +1,40%. 

Dólar. O Relatório de Mercado Focus apresentou um leve ajuste para a cotação do dólar em 2015. A mediana das estimativas passou de R$ 3,22 para R$ 3,23. Para o próximo ano, a mediana permaneceu em R$ 3,40 - um mês antes estava em R$ 3,30.