PUBLICIDADE

Fornecedora da Petrobrás anuncia redução de operações no País

Responsável por afretamento de embarcações, Technip vai fazer cortes em seus custos que podem chegar a US$ 916 mi até 2017, em função da retração do mercado de óleo e gás em todo o mundo

Por Antonio Pita
Atualização:

Uma das principais fornecedoras da Petrobrás, responsável por afretamento de embarcações, a Technip anunciou nesta segunda-feira cortes em seus custos que podem chegar a US$ 916 milhões até 2017, em função da retração do mercado de óleo e gás em todo o mundo, com a queda nas cotações do petróleo. A companhia anunciou que poderá reduzir sua presença no País e que poderá levar anos até reaver créditos em projetos "em disputa com clientes", citando a construção de refinarias no País. Ao todo, a Technip indicou que vai demitir até 6 mil pessoas de forma "progressiva" em todo o mundo.

A companhia possui atualmente 24 contratos ativos com a Petrobrás que somam mais de R$ 5,7 bilhões e têm vencimento até 2021. Metade dos contratos se refere à afretamento de embarcações e serviços de operação dos navios de apoio à produção. Ela atua no País desde 1974, com fornecimento de dutos e equipamentos, manutenção e operação de embarcações, além de outros segmentos submarinos.

Technippossui atualmente 24 contratos ativos com a Petrobrás que somam mais de R$ 5,7 bi Foto: Divulgação

PUBLICIDADE

Em comunicado aos trabalhadores, a empresa atribui os cortes à "significativa queda do preço do petróleo" e a consequente "desaceleração" do setor. "Desde 2014, começamos a reagir rapidamente implementando medidas de redução de custo, mas o contexto difícil persiste e se agrava. Todos nossos clientes estão reduzindo seus investimentos e postergando ou anulando muitos de seus novos projetos de desenvolvimento de óleo e gás", informou o CEO global, Thierry Pilenko, que assina o documento.

No comunicado publicado no site da empresa, os cortes são explicados pelas áreas de atuação. Parte "significativa" atingirá os segmentos onshore/offshore, principal segmento no País, que teve avaliação de "desempenho insatisfatório". "Redução (incluindo através da venda ou encerramento) de sua presença em alguns mercados onde a rentabilidade é improvável, mesmo a médio prazo, incluindo países selecionados na Europa, Ásia e América Latina, incluindo o Brasil", diz o comunicado.

A empresa ainda cita "disputas" com a Petrobrás em seu comunicado, em referência a projetosnão concluídos que demandaram recursos da empresa. "Technip tem, além disso, que reservar quantias apropriadas em projetos onde há uma disputa com os clientes sobre as mudanças e variações. O Grupo espera que isso vai levar tempo para resolver créditos sobre estes incluindo, por exemplo dois projetos de refinaria no Brasil", completa o documento.

O projeto em questão se refere à obra da Refinaria Presidente Bernardes, em Cubatão, onde a empresa atuava como sócia de consórcio com a empreiteira Tomé Engenharia, no valor de R$ 1,2 bilhão. O contrato tem validade até agosto, segundo o site da própria estatal e se refere à "consolidação de projeto básico".

Tudo Sobre
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.