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Fundo de Hong Kong abre processo contra a Petrobrás

Ação da Aura Capital é a 11ª aberta contra a estatal brasileira nos Estados Unidos por perdas decorrentes de problemas com corrupção

Foto do author Altamiro Silva Junior
Por Altamiro Silva Junior (Broadcast) e correspondente
Atualização:
Sede da Petrobrás no centro do Rio de Janeiro Foto: FABIO MOTTA/ESTADÃO

NOVA YORK - O fundo Aura Capital, de Hong Kong, abriu processo contra a Petrobrás na Corte de Nova York, alegando perdas por conta da Operação Lava Jato. É a 11.ª ação individual a entrar na Justiça dos Estados Unidos sobre as denúncias de corrupção na petroleira. O Aura afirma ter comprado American Depositary Receipts (ADRs, que são recibos de ações) da Petrobrás nos Estados Unidos entre março e dezembro do ano passado. O processo foi entregue na Corte na última quarta-feira. O Aura foi criado em Hong Kong e tem escritório na Austrália e em Cingapura.

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O teor do processo é semelhante ao de outros fundos que entraram com ações recentes contra a Petrobrás nos EUA. Um grupo de construtoras pagou propinas para conseguir contratos, a empresa inflou o valor de ativos e não revelou o esquema ao mercado. Quando as denúncias se tornaram públicas, as ações despencaram provocando prejuízos milionários para os investidores.

O processo do Aura cita que o esquema envolveu altos funcionários da Petrobrás e do governo brasileiro. O texto destaca que o impacto total do esquema ainda está sendo investigado, mas ressalta que o balanço trimestral auditado da empresa, divulgado em 22 de abril, evidencia o impacto da corrupção. 

Houve uma reavaliação de ativos (“impairment”) e uma estimativa de perdas diretas com a Lava Jato que somam US$ 17 bilhões, destaca o texto. Essa reavaliação é uma evidência também, de acordo com o processo, de como os números trimestrais anteriores da empresa estavam errados. A cotação do ADR da Petrobrás caiu de US$ 20,90 em 3 de setembro do ano passado para US$ 6 em dezembro, destaca o documento.

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