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Furnas entrega documentos para assumir Três Irmãos

Por Lu Aiko Otta
Atualização:

Ainda sem encontrar um novo sócio privado, Furnas entregou nesta segunda-feira, 28, ao governo a documentação para assumir a concessão da usina hidrelétrica Três Irmãos junto com o grupo empresarial do ex-secretário de Assuntos Estratégicos Pedro Paulo Leoni Ramos. A estatal quer um novo parceiro para o negócio e Leoni Ramos já concordou em vender suas cotas, mas eles entregaram os papéis assim para cumprir o prazo dado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).A entrega dos documentos não indica necessariamente que a sociedade permanecerá nesse formato. Na semana passada, circulou a informação de que havia pelo menos três interessados em comprar a parte de Leoni Ramos no negócio. As normas da Aneel permitem que a troca de sócios ocorra.Do ponto de vista formal, o governo vai agora avaliar se os vencedores do leilão de concessão da usina têm condições de assumir e tocar o negócio. A análise considera dados como patrimônio, regularidade fiscal e outros. A rigor, a Aneel tem até o dia 13 de maio para dizer se os integrantes do consórcio estão habilitados a assinar o contrato.A ordem no governo é não atrasar o processo, por isso a tendência é que a avaliação comece a ser feita, mesmo diante da informação de que o sócio privado deverá ser outro. Pelo calendário da Aneel, o contrato deverá ser enviado ao Ministério de Minas e Energia até o dia 6 de agosto, para que este faça uma avaliação final e marque a data da assinatura do contrato.EmpurraA expectativa do governo é que, até lá, esteja encaminhada uma solução sobre o destino da eclusa e dos canais da usina, que hoje são objeto de um jogo de empurra entre União e governo estadual. O Tribunal de Contas da União (TCU) suspendeu a assinatura do contrato até que haja uma resposta.A concessão da usina hidrelétrica Três Irmãos, hoje administrada pela Companhia Energética de São Paulo (Cesp), foi leiloada no dia 28 de março. Ela foi a primeira oferecida pelo mercado depois da adoção do novo marco regulatório do setor elétrico.Num leilão sem concorrência nem deságio, o vencedor foi o consórcio Novo Oriente, formado por Furnas e o fundo de investimento Constantinopla. Este, por sua vez, é composto por quatro empresas do grupo de Pedro Paulo Leoni Ramos (GPI, Goldenbank, Cialo e Darjan) e pela gestora de recursos Cypress.Furnas, que havia selecionado o Constantinopla entre 16 sócios potenciais, passou a pressionar para desfazer a parceria após a GPI aparecer em documentos apreendidos pela Polícia Federal na operação Lava Jato, numa suposta associação com o doleiro Alberto Youssef no laboratório Labogen. A GPI confirma que construiu a estrutura física do Labogen, mas que a parceria estratégica na produção e comercialização de medicamentos não foi adiante.No último dia 18, a GPI confirmou ao jornal O Estado de S. Paulo que havia concordado em vender 95% de sua parte no negócio.

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