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Gasto com presente do Dia dos Namorados deve cair 17%

Pesquisa do SPC Brasil revela que os brasileiros pretendem optar pelo itens mais baratos e pelo pagamento no cartão de crédito parcelado; quase um terço das pessoas que pretendem presentear neste ano estão com o nome sujo

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Por Márcia De Chiara
Atualização:

Com o bolso apertado, o brasileiro pretende gastar quase 17% menos com presentes do Dia dos Namorados neste ano, já descontada a inflação, aponta pesquisa do SPC Brasil com cerca de 600 consumidores nas 27 capitais.  “Como já vem ocorrendo em todas as datas comemorativas do varejo, o consumidor vai comprar, porém a escolha será pelo presente mais barato”, diza economista-chefe do SBPC Brasil, Marcela Kawauti. Na enquete deste ano, o gasto médio declarado é de R$ 137, ante R$ 151 na mesma data de 2015.

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Marceladestaca que a intenção de compra ainda é elevada: 57,4% dos entrevistados declaram que pretendem adquirir presentes por ocasião da data. Mas um resultado que chama atenção é que 32,2% admitem que gastam mais do que podem. Esses dois indicadores combinados com a maior propensão de parcelar as compras no cartão de crédito – declarada por 15,7% dos entrevistados no ano passado e que subiu para 20,1% este ano – podem ampliar o risco de calote comaumento do desemprego, alerta a economista.

Segundo Marcela, num cenário de crise, o maior uso do cartão pode representar um problema mais para frente, especialmente porque essa é uma das linhas de financiamento mais caras, com juros de 450% ao ano.

As compras do Dia dos namorados do ano passado, quando o País já estava em crise, deixaram um em cada dez entrevistados inadimplentes. Destes, seis já quitaram as dívidas em atraso, mas quatro continuam na lista de negativados. Aenquete também aponta que das pessoasque vão presentear neste ano, quase um terço (31,4%) reconhecem que estão com o nome sujo.

Faturamento. “Tudo indica que o faturamento do Dia dos Namorados deste ano será menor”, prevê Marcela. Entre os itens mais procurados, estão os de menor valor como roupas, o campeão na preferência dos entrevistados, com 34,3%, seguidas por perfumes e cosméticos (24,9%), calçados (12,5%), jantares (11,3%) e chocolates (8,8%). Até quem pretende escapar do presente e comemorar com um jantar corre o risco de gastar mais. Levantamento feito pela Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomércio-SP) revela que o jantar fora de casa ficou 10,17% mais caro do que no ano passado.

Segundo os economistas da Fecomércio-SP, o faturamento do varejo do comércio paulista em junho deve recuar 5%, descontada a inflação do período. A nova queda ocorre sobre uma base fraca: em junho de 2015 as lojas da cidade de São Paulo já tinham registrado queda real de 4% sobre o ano anterior.

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