WASHINGTON - O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Timothy Geithner, afirmou que as pessoas estão "muito sombrias" em relação à economia do país, "em parte por causa da sombra de pessimismo e ceticismo sobre nosso sistema político". Geithner falou à Dow Jones em um de seus últimos dias no cargo.
"A economia parece bastante resistente. Temos maior diversidade de forças, desde energia até manufatura, do que outras economias têm, e as pessoas deveriam ficar otimistas com isso", disse.No momento em que a Casa Branca e os republicanos do Congresso debatem novamente a elevação do teto da dívida norte-americana e discordam em como proceder para reduzir futuros déficits orçamentários, Geithner alertou que a paciência do mundo não é ilimitada. "Apesar do fato de que o mundo nos dará algum tempo para alcançar um consenso sobre reformas fiscais de longo prazo, eles não esperarão para sempre. E você não pode contar indefinidamente com o mundo tendo confiança em nosso sistema político. Temos que merecer essa confiança. Teremos que alcançar resultados melhores no nosso processo legislativo."Usando uma metáfora do basquete, Geithner afirmou que os EUA estão no quarto tempo de sua recuperação econômica, enquanto a Europa - que enfrenta desafios bem maiores - está somente no segundo tempo. "Mas eles fizeram algo importante, tiraram dos mercados o risco de um colapso catastrófico, pelo menos por enquanto. Eles convenceram as pessoas de que têm a vontade e capacidade de evitar isso", disse.Como secretário do Tesouro pelos últimos quatro anos e presidente do Federal Reserve de Nova York nos cinco anos anteriores, Geithner foi um guardião do sistema financeiro durante a maior parte de seus períodos traumáticos desde a Grande Depressão. "O sistema financeiro está em uma situação bem mais forte porque há muito capital no sistema e as partes mais fracas foram eliminadas pela crise e pela reestruturação que implementamos. Estamos em uma posição melhor para enfrentar condições severas no futuro. Mas todos os sistemas são naturalmente vulneráveis à crise."Geithner deixará o cargo em 25 de janeiro. O vice-secretário Neal Wolin vai substituí-lo enquanto o Senado avalia a nomeação de Jacob Lew, atual chefe de gabinete da Casa Branca, para o cargo. As informações são da Dow Jones.
