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Gerdau vende participação de 50% em siderúrgica americana por US$ 385 mi

Companhia brasileira se desfez de fatia na Gallatin Steel, em que era sócia da ArcelorMittal, para a Nucor Corporation

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Por Fernanda Guimarães
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As siderúrgicas Gerdau e ArcelorMittal anunciaram, ontem, um acordo para vender suas participações na siderúrgica de aços planos laminados Gallatin Steel Company, nos Estados Unidos, à Nucor Corporation por US$ 770 milhões. A previsão das empresas é de que a operação esteja concluída até o fim do ano. Localizada em Gallatin County (Kentucky), a companhia americana produz aços com baixo e alto graus de carbono, com capacidade aproximada de 1,8 milhão de toneladas curtas por ano. A Gerdau e a ArcelorMittal tinha, cada uma, participações de 50% na companhia. Além da Nucor, que saiu vitoriosa na disputa pela Gallatin, a brasileira CSN também foi uma das candidatas a comprar a siderúrgica (leia mais ao lado). O presidente do conselho de administração da Gerdau, Jorge Gerdau Johannpeter, disse ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, que a decisão pela venda da Gallatin fez sentido para a Gerdau, já que a unidade é pequena para o tamanho da siderúrgica gaúcha. "É um ativo pequeno dentro do setor de produtos e dentro do mercado global não tem significado", afirmou. Os analistas encararam a venda da Gallatin como um passo da Gerdau em direção à reorganização de seu portfólio. A joint venture com a ArcelorMittal tinha foco em aços planos, enquanto o foco da Gerdau nos Estados Unidos era em aços longos para a construção civil e aços especiais para o setor automotivo, avalia Felipe Reis, analista do Santander. "A Gerdau não vendeu a Gallatin porque precisou (de dinheiro). Foi simplesmente uma oportunidade de se desfazer de um negócio que não era foco estratégico por um preço bom." Segundo Reis, a quantia de US$ 385 milhões ajuda a reforçar o caixa da companhia num momento em que o ambiente de negócios no Brasil está desanimador. Os analistas do banco BTG Pactual consideraram a venda um "movimento pequeno" para a empresa brasileira, pois o montante representaria 3,8% do seu valor de mercado. Mesmo assim, o banco avalia a transação como positiva, por simplificar a complexa estrutura da Gerdau e permitir a redução de sua alavancagem. "Um dos problemas para nós, no caso de investimento da Gerdau, sempre foi a complexidade de sua estrutura corporativa", disse o banco, citando as dezenas de subsidiárias da empresa espalhadas em diferentes países. Por isso, a simplificação dessa estrutura e o foco nas atividades principais nos EUA (como a Ameristeel) foram vistos como favoráveis. "Achamos que esta notícia, somada à depreciação do dólar, poderia ajudar as ações no curto prazo", afirmou em relatório. A recomendação do BTG continua neutra para o papel. A transação foi avaliada em 6,4 vezes o Ebitda de 2015, sem contar sinergias. A Nucor, que já opera quatro fábricas de laminados planos, disse que a compra deve aumentar sua capacidade anual de laminados planos em 16%, para cerca de 13 milhões de toneladas, e ajudar a atender clientes no segmento de tubos. Esse negócio tem crescido nos EUA graças à demanda do setor de petróleo e gás natural, onde os tubos são usados em compressão hidráulica. Fundada em 1905, a Nucor Corporation é uma das maiores fabricantes de aço dos EUA./ Colaborou Nayara Fraga

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