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GM é acusada de adiar recall de falha que provocou 300 mortes nos EUA

Grupos de defesa de consumidores fizeram um apelo à presidente-executiva da GM, Mary Barra, para que seja criado um fundo de US$ 1 bilhão para pagar as vítimas

Por Reuters
Atualização:

NOVA YORK - A General Motors enfrenta uma pressão cada vez maior para indenizar vítimas por um defeito no cilindro da ignição que acarretou o recall de 1,6 milhão de veículos.

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A empresa convocou um recall de vários modelos em fevereiro deste ano, mas agora enfrenta a acusação de que teria conhecimento da falha mecânica há anos. A demora em tomar providências teria acarretado cerca de 300 mortes, acusam os advogados das vítimas.

Os processos motivam uma grande discussão nos Estados Unidos, já que algumas das vítimas não teriam o direito legal de processar a montadora, por causa dos termos da saída da empresa do processo de concordata em 2009.

A GM é um ente jurídico diferente do que o que entrou em uma concordata em 2009, que abalou a economia norte-americana e exigiu socorro do governo.

A chamada 'nova' GM não é legalmente responsável por quaisquer reivindicações legais relacionadas a incidentes que aconteceram antes de julho de 2009. Isso é o que a empresa alega, citando os termos da saída da concordata.

O recall em fevereiro foi convocado para os veículos Chevrolet Cobalt, Pontiac G5 e Pursuit, fabricados entre 2005 e 2007 vendidos no Canadá; Saturn Ion de 2003 até 2007; Pontiac Solstice e Chevrolet HHR 2006 e 2007 e Saturn Sky 2007, vendidos nos Estados Unidos. 

A GM enfrenta pressão de grupos de consumidores que defendem indenizações milionárias para as famílias das vítimas.

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Na quarta-feira, dois proeminentes grupos de defesa de consumidores fizeram um apelo à presidente-executiva da GM, Mary Barra, para que seja criado um fundo de US$ 1 bilhão para pagar as vítimas.

"Você não acredita, no fundo de seu coração, que é injusto e cruel usar estas defesas para escapar da responsabilidade por um defeito que a GM escondeu e falhou em remediar durante 10 anos?", escreveram Clarence Ditlow, diretor-executivo da organização Center for Auto Safety, e Joan Claybrook, presidente emérita da Public Citizen, em uma carta aberta ao público.

Em um comunicado, a GM não descartou a possibilidade de estruturar um fundo para indenizar as vítimas. A GM diz que a ignição está ligada a no mínimo 34 acidentes e 12 mortes.

Um estudo publicado na quinta-feira ligando 303 mortes aos carros chamados para recall foi rapidamente criticado pela GM.

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