PUBLICIDADE

Gol fará captação de US$ 456 milhões com aval da Delta

Empresa contratará crédito de US$ 300 mi e aumentará capital, com aporte de US$ 146 mi do controlador e da Delta

Por Marina Gazzoni
Atualização:

A Gol anunciou nesta sexta-feira à noite que fará um aumento de capital para levantar recursos da ordem de US$ 146 milhões com seus acionistas. A emissão de ações será garantida pelo acionista controlador da Gol, o fundo Volutto, formado pela família Constantino, e pela companhia aérea americana Delta Airlines, dona de participação de 2,9% na Gol. A operação visa a aumentar a liquidez da Gol. Enquanto a família Constantino se comprometeu a aportar até US$ 90 milhões na empresa, a Delta poderá investir até US$ 56 milhões na Gol. Os valores que cada acionista colocará na empresa ainda não estão fechados porque dependem da decisão dos acionistas minoritários de acompanhar ou não a emissão de ações. A operação foi possível após uma mudança na estrutura societária da Gol, aprovada em abril deste ano, que viabilizou a emissão de novas ações preferenciais, sem direito a voto, pela companhia.

Capitalização reforça aliança de Gol e Delta Foto: Fabio Motta/Estadão

Além do aumento de capital, a Gol informou também que buscará empréstimos de cerca de US$ 300 milhões com instituições financeiras privadas, em operação coordenada pelo banco Morgan Stanley. A Delta será fiadora do empréstimo da Gol e, em troca, terá como garantia ações que a empresa detém no Smiles, programa de fidelidade da Gol que constitui uma empresa independente. O vice-presidente de Finanças da Gol, Edmar Lopes Neto, afirmou que a empresa não tem problemas de liquidez no curto prazo, mas está “se antecipando a eventuais necessidades lá na frente”. “A Gol tem cerca de R$ 2,4 bilhões em caixa. (Mas) em um momento como o que o Brasil vive é sempre importante reforçar a liquidez da companhia”, disse Lopes. Segundo ele, a operação anunciada não é apenas focada na capitalização da empresa, mas também na extensão do acordo comercial que a Gol mantém com a Delta. O contrato, que prevê cláusulas de exclusividade na parceria comercial, terá prazos prorrogados. A Delta comprou em 2011 uma fatia de 2,9% da Gol. Desde então, as duas empresas fizeram ajustes nas malhas e nos sistemas tecnológicos para integrar as operações. A intenção das empresas é criar conexões que permitam que o passageiro de uma companhia viaje no avião da outra, aumentando a taxa de ocupação e a rentabilidade de ambas.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.