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Governo admite dificuldade de atingir meta fiscal em 2014

Após menor resultado do superávit primário para primeiros semestres na história, BC reconhece necessidade de mais esforços

Por Laís Alegretti e Victor M. Alves
Atualização:

BRASÍLIA - O chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Tulio Maciel, reconheceu nesta quinta-feira, 31, que o governo está mais distante de atingir sua meta fiscal. No primeiro semestre, o superávit primário do setor público foi o menor em 12 anos. Para Maciel, os déficits de maio e junho tornam a obtenção da meta mais distante. 

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"Exigirá esforço maior do governo para obtê-la", disse. "Isso não significa que não seja possível alcançá-la. O Tesouro (Nacional) trabalha nesse sentido", completou.

Questionado sobre o que permitirá o cumprimento da meta, Maciel afirmou que se trata de um esforço de execução orçamentária e que a questão deve ser endereçada ao Tesouro Nacional. Perguntado sobre se o Banco Central concorda com a avaliação do secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, de que a atividade econômica será melhor no segundo semestre deste ano, Maciel evitou se comprometer. 

Isso não significa que não seja possível alcançá-la. O Tesouro (Nacional) trabalha nesse sentido

"O detalhamento da execução cabe ao Tesouro trazer. Acreditamos em PIB de 1,6% no ano", disse, em referência à projeção divulgada no último Relatório Trimestral de Inflação. 

Queda de receitas. Maciel atribui o resultado fiscal de junho à desaceleração das receitas. Segundo ele, esse comportamento das receitas reflete as desonerações, que estão em R$ 50 bilhões segundo estimativa da Receita Federal. O desempenho das receitas reflete, ainda, moderação da atividade econômica, diz Maciel. 

Do lado das despesas, segundo ele, houve aumento na área de investimentos. Maciel acrescentou que o superávit primário no acumulado do ano ficou abaixo inclusive ao de 2009, época da crise. Sobre a despesa com juros no ano, Maciel avalia que há um crescimento modesto. 

Maciel lembrou ainda que o Banco Central vem mencionando que o fiscal caminha para a neutralidade. "O relevante é o impulso fiscal. Os resultados recentes não têm mudado isso", disse.

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Apesar de todas as dificuldade, de acordo com Maciel, a meta fiscal será alcançada. "Não significa que seja impossível alcançá-la", disse. "Dentro dos parâmetros divulgados, o impulso fiscal caminha para neutralidade", defendeu.

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