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Governo brasileiro não deve atingir metas de superávit fiscal de 2015 e 2016, diz Moody's

País espera alcançar superávit de 1,2% do PIB neste ano e de 2% no ano que vem, mas agência destaca que receitas têm caído mais rápidamente do que as despesas

Por Álvaro Campos
Atualização:
Para a Moody's,mesmo que as metas de superávit sejam atingidas, o aumento da Selicfará com que os gastos com o pagamento de juros continuem elevados até 2016 Foto: Estadão

SÃO PAULO - Para a agência de classificação de risco Moody's, o Brasil não deve atingir a meta fiscal estabelecida pela equipe econômica para este e o próximo ano. "A administração Dilma estabeleceu uma meta de superávit de 1,2% do PIB este ano e 2% em 2016, como uma forma de reconquistar credibilidade das políticas (econômicas), mas provavelmente não deve atingir essas metas", diz o vice-presidente da Moody's, Mauro Leos, em relatório divulgado pela agência.

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Segundo ele, mesmo que as metas de superávit primário sejam atingidas, o aumento nas taxas de juros fará com que os gastos com o pagamento de juros continuem elevados até 2016. Apesar dos esforços de consolidação fiscal do governo, a Moody's aponta que as receitas têm caído mais rápido do que as despesas e que o contínuo corte de gastos só vai compensar parcialmente essa frustração na arrecadação. 

Apesar desse cenário negativo para a política fiscal, a Moody's afirma que o futuro do rating do Brasil vai depender, em última instância, da avaliação de uma série de riscos fiscais, econômicos, externos e políticos. "As tendências fiscais são apenas um dos vários fatores influenciado o perfil de crédito soberano". 

No relatório a agência reforça que o fraco desempenho da economia e a alta dos juros no Brasil prejudicam o processo de redução da dívida pública. Segundo a empresa, a dívida bruta deve atingir o pico de 66% do PIB em 2016 e permanecer acima de 60% até o fim do mandato da presidente Dilma Rousseff, em 2018.

A agência diz ainda que os níveis de dívida do Brasil já são maiores do que os de outros países com rating na faixa Baa e devem continuar se distanciando desse grupo. Esse aumento da dívida "enfraquece potencialmente o perfil de crédito soberano". 

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