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Governo chinês diz que crescimento é a prioridade

Meta oficial para a economia é de uma alta de 6,5% a 7% este ano; para consultoria, foco no crescimento pode atrasar reformas estruturais

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Por Redação
Atualização:
Em dez anos, potência asiática quer dobrar seu PIB per capita e a renda pessoal Foto: Mark Schiefelbein | AP

PEQUIM - Líderes da China deixaram claro que enfatizam o crescimento em vez da reestruturação neste ano, mas sugeriram que tentam evitar o aumento da dívida ou as bolhas de ativos, no momento em que colocam muito dinheiro na economia. No fim de semana, o governo anunciou que a meta oficial de crescimento para 2016 é de 6,5% a 7%.

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A meta foi anunciada no Congresso Nacional do Povo, junto com sutil reconhecimento de que alguns dos esforços para impedir a desaceleração econômica não tiveram o objetivo atingido, não conseguindo estimular a maioria dos setores produtivos. Em relatório, o premiê Li Keqiang prometeu cortes de impostos para deixar as empresas com mais dinheiro para investir. O país também especificou pela primeira vez sua meta de financiamento social, uma medida ampla de crédito que inclui empréstimos para bancos e outras instituições e é uma métrica para ajudar a determinar a política monetária.

O passivo das companhias financeiras representa 160% do Produto Interno Bruto (PIB), ante 98% em 2008, segundo a Standard & Poor’s. Nos EUA, o passivo é equivalente a 70% do PIB. Os empréstimos inadimplentes atingiram 1,67% do portfólio dos bancos no fim de 2015, segundo a Comissão Regulatória Bancária Chinesa, no maior patamar desde junho de 2009. Analistas acreditam que o dado dá menos peso ao problema que de fato tem. A Moody’s rebaixou a perspectiva do rating da China, bem como de 25 instituições financeiras e de 38 estatais.

O diretor da agência de planejamento da China, Xu Shaoshi, minimizou as preocupações da Moody’s com o crescente endividamento e com os temores de demissões em massa. “Todas as previsões de um pouso forçado irão definitivamente falhar”, disse. A China diz que precisa crescer pelo menos 6,5% até 2020 para dobrar a renda per capita ante os níveis de 2010.

Reformas. Para a consultoria Oxford Economics, a meta de crescimento do PIB continua a ser o principal objetivo das autoridades chinesas, o que pode atrasar as reformas estruturais necessárias para o país. Em relatório a clientes, ele disse que o número revela que autoridades continuam firmes em sua intenção de fazer dobrar o PIB per capita e a renda pessoal dos chineses de 2010 a 2020. Segundo a consultoria, diante da falta de motores naturais para o crescimento, isso exigirá grande esforço por parte da política macroeconômica.

Zhang Liqun, do Centro de Pesquisa do Desenvolvimento do Conselho Estatal, afirmou que a China pode atingir as metas para reestruturar seu modelo sem minar ou reformular sua economia. “O crescimento econômico e a reestruturação não são contraditórios.”

O plano chinês de reforma do setor estatal é vago, o que sugere que muitas companhias endividadas manterão acesso preferencial a mercados e ao financiamento barato. Delegados do setor privado presentes na reunião da China ficaram animados com o compromisso do país em reduzir impostos e taxas para empresas. “Nós só queremos ser tratados igualmente, junto com as empresas estatais”, disse Chen Zhilie, executivo da Evoc Intelligent Technology.

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Muitos dos novos motores que Pequim identifica para fomentar o crescimento não foram testados na China. Li espera que 60% do crescimento nos próximos anos venha de avanços científicos e tecnológicos, uma forte mudança em uma economia onde gastos em ativos fixos, como fábricas e apartamentos, representam metade da produção econômica./DOW JONES NEWSWIRES

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