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Governo eleva limite para financiamento de imóvel

Teto para crédito habitacional de imóveis enquadrados no SFH e situados em SP, RJ e MG, além do DF, passa de R$ 750 mil para R$ 950 mil; no resto do País, limite vai de R$ 650 mil para R$ 800 mil

Foto do author Eduardo Rodrigues
Por Eduardo Rodrigues e Fabrício de Castro
Atualização:
Limite de financiamento habitacional mudou Foto: TIAGO QUEIROZ/ESTADÃO

O governo decidiu elevar nesta quinta-feira, 24, o valor do imóvel que pode ser comprado com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), assim como o valor da casa própria que pode ser financiada dentro das regras do Sistema Financeiro de Habitação (SFH) - modalidade de crédito que conta com juros mais baratos. A decisão foi tomada em reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN), órgão que reúne os ministros da Fazenda e do Planejamento e o presidente do Banco Central.

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Para os imóveis situados no Distrito Federal e Estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, o limite passou de R$ 750 mil para R$ 950 mil. Já para os demais Estados, o limite passou de R$ 650 mil para R$ 800 mil. Os valores anteriores estavam em vigor desde setembro de 2013, e os novos limites passam a vigorar a partir desta sexta.

De acordo com a chefe do departamento de regulação do Banco Central, Sílvia Marques, trata-se de um ajuste “meramente operacional” e não há preocupação em relação à falta de recursos para financiar essas operações. “Esses limites são ajustados de tempos em tempos. O cálculo leva em consideração a variação de diversos índices de preços a cada período, mas não tem uma indexação”, explicou.

O CMN aprovou ainda um ajuste para que todos os financiamentos dentro do SFH tenham alguma amortização no pagamento das parcelas. “Essa medida tem caráter prudencial tanto para o cliente como para o banco. As parcelas pagas mensalmente devem incorporar alguma amortização, além dos juros e a atualização da TR”, explicou Sílvia.

De acordo com Sílvia, apesar de não ser comum no mercado, em alguns contratos, isso só ocorria a cada 3, 6 ou 12 meses. As instituições financeiras terão até 31 de janeiro de 2017 para incorporarem a regra aos novos contratos.

A ampliação do teto para os financiamentos do âmbito do SFH é um pedido antigo do setor da construção civil e dos bancos. Segundo Ronaldo Cury de Caputa, vice-presidente de Habitação do Sinduscon-SP, o setor queria limite de até R$ 1 milhão para os imóveis do DF e de SP, MG e RJ. “Essa medida ajuda muito para resolver a questão dos distratos”, afirmou.

No jargão usado pelas empresas, distrato é a devolução de imóveis comprados na planta. Esse está sendo o pesadelo de incorporadoras e proprietários de imóveis por causa do volume recorde de devoluções. Os distratos que ocorrem agora resultam, em grande medida, de unidades vendidas em 2013, antes da economia entrar em recessão.

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Os clientes foram pegos de surpresa pelo aumento do desemprego e queda na renda. Sem dinheiro e com restrições dos bancos à oferta de crédito, os consumidores desistem da compra.

Bancos. Em setembro, o CMN decidiu permitir, pelo prazo de um ano, que os bancos financiem operações de aquisição de imóveis novos de até R$ 1,5 milhão pelas taxas de juros do SFH. A medida, entretanto, não vale para o uso de FGTS na compra de imóveis. Ou seja, o conselho permitiu apenas o benefício das taxas de juros menores nessa faixa mais cara de imóveis, mas sem o uso do FGTS.

Não há previsão para que essas medidas impactem o mercado, já que a decisão de conceder financiamento cabe aos bancos. 

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