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Governo encara rebaixamento com tranquilidade, diz líder

Por Tania Monteiro
Atualização:

O líder do PT no Senado, Humberto Costa, disse nesta segunda-feira, 24, que o governo considerou "natural" e "encarou com tranquilidade" a decisão da agência Standard & Poor''s de rebaixar, nesta segunda-feira, a nota de crédito soberano do Brasil em um nível, passando de "BBB" para "BBB-". Ele justificou que as empresas têm "outros interesses" ao tomar esta decisão e cita que isto não reflete a situação real do País de hoje. Para o senador Costa, "o Brasil permanece na condição de país de baixo risco de investimento e continua com seus pressupostos econômicos bastante sólidos". Ele acrescenta ainda que esta decisão "reflete um cenário que não é mais um cenário de hoje, e sim um cenário de uma verdadeira de enxurrada de avaliações negativas, de pessimismo, e que não leva em consideração o que está acontecendo nesses primeiros meses do ano, quando temos aí o crescimento do emprego, crescimento do PIB, que deve ser confirmado nos próximos dias, crescimento industrial, e continuamos com a inflação sob controle".As declarações do senador foram dadas no Planalto, após reunião com a ministra Ideli Salvatti, das Relações Institucionais, sobre a pauta do Congresso nesta semana. Tentando desdenhar da decisão da empresa de classificação de risco, o senador Humberto Costa acrescentou ainda que "essas agências ainda tem explicações a dar para o mundo, porque foram essas agências que indicavam os investidores que aplicassem em bancos e empresas americanas na época em que houve aquela bolha e que várias empresas e bancos quebraram e com eles muitos acionistas".Sugerindo que a decisão tem interesses econômicos e até eleitorais, o líder do PT afirmou também que "é óbvio que essas notas não são uma coisa absolutamente inocente", que não são "imparciais". Para ele, "essas agências também refletem interesses de especuladores".Questionado a quem interessava, neste momento, rebaixar a nota do Brasil, o senador respondeu: "eu acho que, nesse momento, se trava um grande debate no ano eleitoral". Obviamente, que a oposição se sente bastante confortável com isso, quando jornais estrangeiros se manifestam sobre a situação do Brasil, do ponto de vista que não é uma forma inocente".

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