Publicidade

Governo espera queda do PIB e inflação acima do teto da meta em 2015

Segundo o PLDO, PIB de 2015 deve recuar 0,9% e inflação deve fechar o ano em 8,2%

Por Victor Martins e Lorennar Rodrigues
Atualização:

BRASÍLIA - O governo espera que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro recue 0,9% em 2015, de acordo com o cenário macroeconômico previsto no Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) de 2016, enviado nesta quarta-feira, 15, ao Congresso Nacional. A previsão para a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é de 8,2% no fim do ano. Se confirmado o cenário, isso significa uma inflação acima do teto estabelecido pelo próprio governo, de 6,5%. 

PUBLICIDADE

Para o câmbio, a previsão para o fim de 2015 é de R$ 3,21. De acordo com o ministro Nelson Barbosa, as previsões estão próximas das feitas pelo mercado para dar mais credibilidade às metas fiscais, traçadas com base nesse cenário. Ao tomar posse, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, também disse que o governo passaria a considerar as previsões do mercado para o crescimento e inflação. 

O relatório Focus desta semana mostrou que analistas esperam uma inflação de 8,13% neste ano e uma queda de 1,01% do PIB.

Ano que vem. Para 2016, o governo espera crescimento de 1,3% da economia. A expectativa é que a inflação medida pelo IPCA encerre o ano em 5,6%, acima, portanto, do centro da meta de 4,5%. A última previsão para o PIB era de crescimento de 2%. 

O Ministério do Planejamento, na PLDO, ainda apresentou uma previsão de 11,50% para a Selic em 2016. Para 2015, eles estimam que o Banco Central vá elevar a taxa em mais 0,50 ponto porcentual este ano, chegando a dezembro em 13,25% ao ano. Depois desse pico este ano, a projeção é de desaceleração da taxa, sendo 10,50% em 2017 e 10% em 2018. Para o câmbio, a expectativa é uma taxa de R$ 3,30. 

Superávit primário. O governo estabeleceu a meta de superávit primário do setor público consolidado de R$ 126,73 bilhões em 2016, o equivalente a 2% do PIB. O PLDO 2016 indica meta de R$ 104,55 bilhões para o governo central, 1,65% do PIB. Para os estados e municípios, a meta no ano que vem será de R$ 22,18 bilhões, 0,35% do PIB.

Já ao tomar posse, no início do ano, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse que o superávit primário "não seria menor do que 2%" em 2016 e 2017. Neste ano, a meta de superávit é de R$ 66,3 bilhões, o equivalente a 1,2% do PIB. 

Publicidade

O governo espera estabilidade para o superávit primário depois de fazer uma economia de 1,2% em 2015. De 2016 a 2018 esse porcentual ficaria em 2%. Esse desempenho seria suficiente para reduzir a dívida bruta, que deve ficar em 62,5% do PIB este ano e desacelerar até 2018, primeiro para 61,9% no próximo ano, depois para 60,9 e finalmente chegaria a 60,4%.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.