Além das investigações sobre a participação das empresas no movimento de paralisação das estradas, o governo considera que o uso das forças de segurança, incluindo Forças Armadas e polícias, foram fundamentais para que o fluxo das rodovias e o abastecimento começassem a caminhar “em direção à normalidade”.+ Decreto autoriza requisição de veículos particulares durante greve
Após reunião com o presidente Michel Temer, o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Sérgio Etchegoyen, e o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, preferiram não fazer qualquer prognóstico sobre quando ocorrerá a normalização do abastecimento. “É muito difícil prever a data para normalização. Esperamos que ocorra o mais breve possível, mas não há previsão”, disse Etchegoyen, ao citar que “não há curva indicativa de que ocorrerá em um dia ou três dias”.
Mesmo sem essa previsão com uma data, os ministros exaltaram a tendência de que isso de fato ocorra. “Já temos os principais aeroportos, principalmente os hubs das companhias aéreas, muito próximos da normalização”, disse Etchegoyen, ao citar que o último centro de distribuição de voos a ser normalizado é o Recife. “Um comboio sai em poucos minutos de Suape para isso”, disse, neste sábado. O outro terminal que tinha problemas, o de Brasília, “está praticamente abastecido”. O balanço também indica que foi normalizado o fornecimento de energia para Rondônia e Roraima.
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Sobre as estradas, Jungmann exaltou que aumentou o número de rodovias liberadas. Segundo ele, praticamente 50% dos pontos com protesto já tiveram trânsito liberado. O número anterior era de 45%. O levantamento divulgado à noite, no entanto, mostravam 1.090 pontos de protesto. De manhã, eram 1.140 locais. O governo informou que em seis casos foi preciso usar o batalhão de choque da Polícia Rodoviária Federal (PRF) para desbloquear as rodovias, mas sem vítimas.
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Segundo o ministro, houve elevado sucesso no desbloqueio de pontos de manifestação. Em São Paulo, por exemplo, 97% foram liberados. Entre os demais Estados, Rondônia tem 69% dos pontos liberados, Pernambuco registra 75%, Distrito Federal conta com 70%, Ceará soma 62% e a Bahia tem 64% dos locais já liberados. “O principal foco da Polícia Rodoviária Federal foi a criação de corredores para os aeroportos e os principais centros de abastecimento de combustíveis”, disse Jungmann.
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Etchegoyen disse que o acesso aos principais aeroportos e refinarias e o trânsito em estradas que passam pelos principais corredores logísticos, como Porto Alegre, São Paulo e Rio de Janeiro, começaram a se normalizar. "Chegamos ao fim do dia caminhando bem na direção de tentar normalizar, num esforço de normalizar o abastecimento", disse. O ministro afirmou que a greve dos caminhoneiros compromete o Sistema Nacional de Transplantes. “Já perdemos órgãos”, disse. Segundo ele, alguns hospitais estão com estoque baixo de produtos e insumos básico, como gás.
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Para Jungmann, parte dos caminhoneiros segue nas rodovias porque, embora o governo tenha negociado com o "sindicalismo tradicional", existe um "movimento paralelo", nas redes sociais. Além disso, segundo o ministro, o movimento de empresários que praticaram o locaute explica o fato de ainda haver a paralisação. "Temos não só aqui, também no mundo todo, o sindicalismo tradicional e a manifestação em rede. O governo negociou com o sindicalismo tradicional e o fez de boa-fé, até porque trazia uma série de vantagens consideradas boas para a categoria. Mas, ao mesmo tempo em que isso acontecia, nas redes sociais, em paralelo, o movimento se espraiava", declarou.
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