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Governo descarta usar reservas para conter o dólar, diz Barbosa

Segundo o ministro, o acúmulo de reservas internacionais - hoje estimadas em US$ 360 bilhões - dá mais autonomia ao País, mas o governo não pensa em usá-las para controlar o câmbio

Por RICARDO BRITO E RAFAEL MORAES MOURA
Atualização:
Ministro do Planejamento, Nelson Barbosa Foto: Andre Dusek/Estadão

(Atualização em 28/7/2015)

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O ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, afirmou nesta segunda-feira, 27, que o governo não estuda usar recursos de reservas internacionais para tentar controlar o câmbio. Segundo ele, as reservas - estimadas atualmente em US$ 360 bilhões - dão mais autonomia para o País na condução da política econômica, não tendo que recorrer a organismos internacionais.Nesta segunda-feira, 27, o dólar fechou cotado a R$ 3,36. "O governo não pensa em usar recursos de reservas internacionais", afirmou Barbosa, em entrevista coletiva após a reunião da coordenação política no Palácio do Planalto. Segundo o ministro, o acúmulo de reservas não é um movimento novo e exclusivo do Brasil. Barbosa disse que vários países têm adotado a mesma postura. Ele destacou que a iniciativa brasileira, adotada após o pagamento integral da dívida com o Fundo Monetário Internacional (FMI), é "importante" e diferencia o País daqueles que não seguiram tal postura.

O ministro afirmou que o governo Dilma Rousseff tem condições de absorver as flutuações do mercado. Ele classificou o movimento como "natural". "Os mercados estão fazendo o que os mercados fazem, flutuam diante de novas informações, não só no Brasil, como no mundo", disse. Barbosa afirmou ter "confiança" de que o mercado vai se estabilizar, mas disse que não tem como prever em qual cenário, uma vez que o câmbio no País é flutuante.

Meta fiscal. Barbosa afirmou que os ministros da gestão Dilma vão fazer reuniões, na volta do recesso parlamentar, com as principais lideranças da base aliada para aprovar a revisão da meta fiscal de 2015 e dos anos subsequentes. A intenção do esforço, segundo Barbosa, é passar as propostas no Legislativo "o mais rápido possível".

Segundo o ministro, o modelo será o mesmo adotado pelo governo durante o encaminhamento das medidas provisórias do ajuste fiscal, no primeiro semestre.

Na reunião da coordenação política, com a presença da presidente Dilma Rousseff, Barbosa disse ter apresentado aos presentes os principais elementos e números que levaram o governo a decidir propor a alteração da meta fiscal de 2015 de 1,1% para 0,15%, além das mudanças nos anos de 2016 e 2017. Segundo ele, foi discutida a nova política de equilíbrio macroeconômico. 

Segundo o ministro, a ação terá desdobramento "mais claro" aos trabalhos do Congresso. Ele disse que a mudança da meta de 2015 poderá ser alterada a partir de um projeto que está em tramitação no Congresso ou mesmo com o envio de uma nova proposta pelo governo federal. O governo ainda não definiu o formato e vai conversar com seus líderes da Câmara e do Senado, destacou Barbosa. 

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De acordo com Barbosa, a alteração da meta de 2016, por sua vez, deverá ser alterada no projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias do próximo ano, ainda não aprovado pelo Congresso. 

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