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Pão de Açúcar terá de pagar R$ 212 milhões, com juros, a Lily Safra

Sentença dá ganho de causa à bilionária, que alegava ter sido prejudicada na venda do Ponto Frio em 2009

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Por Redação
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A bilionária Lily Safra vai receber do Grupo Pão de Açúcar uma diferença de cerca de R$ 212 milhões relacionada à venda da rede de lojas Ponto Frio, realizada em 2009. A sentença final foi proferida na quarta-feira pela Câmara de Comércio Internacional (CCI). De acordo com comunicado divulgado ontem pela empresa, o valor será corrigido pela variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), acrescido de juros de 12% ao ano, a contar de 12 de abril de 2012 até o pagamento efetivo.Lily alegava ter sido prejudicada pela forma como o pagamento foi feito e entrou com um pedido de arbitragem na CCI. Em 2012, quando foi notificado sobre a abertura do processo, o Pão de Açúcar fez um comunicado ao mercado no qual afirmava que "o pedido apresentado por meio do requerimento é improcedente". Viúva do banqueiro Edmond Safra, morto em 1999 num incêndio criminoso em sua residência, em Mônaco, ela é considerada dura em negociações. Formalmente, quem processou o Pão de Açúcar foi a Morzan Empreendimentos, empresa criada por Lily para vender o Ponto Frio seis anos atrás, por R$ 824,5 milhões.Pelo acerto, 45,3% foram pagos à vista e Lily tinha duas opções para receber o restante: em dinheiro, quatro anos depois, ou em ações, com um prêmio de 10%. Lily escolheu a segunda opção, que envolvia uma complicada operação de troca de ações, e ao final do processo, passou a achar que recebeu menos papéis do que deveria e, além disso, parte do lote por um valor menor. No início de 2011, a viúva chegou a procurar escritório de advocacia interessada em processar o banco de investimentos e os advogados que a assessoraram na venda do Ponto Frio. Depois do Ponto Frio, o Pão de Açúcar comprou a Casas Bahia e formou a Viavarejo, maior rede de lojas de eletrodomésticos do País.Quando Lily entrou com o processo na câmara de arbitragem em 2012, o Pão de Açúcar vivia um momento conturbado. Naquele mês de junho, o empresário Abilio Diniz teria de passar o comando do grupo fundado por seu pai para os franceses do Casino. Sócios de Abilio desde 1999, os franceses foram aumentando sua fatia e, dez anos atrás, garantiram o direito de assumir o controle do grupo no dia 22 de junho de 2012.

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