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Grande adesão à greve pode ter impacto nas reformas, diz cientista político

Para Cláudio Couto, da FGV, protestos tiveram sucesso e houve confusão na avaliação feita pelo governo

Foto do author Eduardo Laguna
Por Eduardo Laguna (Broadcast)
Atualização:

O cientista político e professor da Fundação Getulio Vargas (FGV) Cláudio Couto considera que a greve convocada para esta sexta-feira, 28, por centrais sindicais teve grande adesão e foi bem-sucedida. 

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Para ele, o movimento tem potencial de influenciar a votação das reformas encaminhadas pelo governo ao Congresso, embora seja difícil fazer um prognóstico sobre qual será esse impacto.

Estudantes secundaristas fecham a Av. Francisco Moratoem protesto contra as reformas Foto: Amanda Perobelli/Estadão

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"A paralisação foi grande, principalmente no transporte público, que causa um efeito em cadeia, e na área de educação, que tem efeito na percepção das famílias", avalia o especialista.

Para o cientista político, há uma "confusão cognitiva" em análises feitas por autoridades ou durante a cobertura da imprensa que compara a greve desta sexta-feira com as manifestações contra o governo realizadas nos últimos anos. Segundo ele, diferentemente de uma manifestação, não se pode medir a força de uma greve pelo número de pessoas nas ruas, já que seu objetivo é justamente fazer com que as pessoas não saiam de casa.

Couto criticou ainda as declarações dadas pelo prefeito de São Paulo, João Doria, que, em entrevista à rádio Jovem Pan, chamou os grevistas de preguiçosos e vagabundos. O professor da FGV diz não ser contra as reformas - alvo da greve de hoje -, mas classificou como "asneira" a declaração do prefeito. 

"Chamar grevista de vagabundo é não reconhecer a greve como instrumento usado pelos trabalhadores para pressionar quem toma decisões contra eles. Fazer essa comparação é o mesmo que dizer que quem está hospitalizado não quer sair da cama. É uma tentativa de desqualificar a luta política".

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