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Greve deve afetar produção em dez plataformas da Petrobrás

Paralisação marcada para sexta-feira integra dia de mobilizações por movimentos sociais e sindicatos contra o governo Temer

Por Antonio Pita
Atualização:
Também estão previstas paralisações em terminais, refinarias e unidades administrativas Foto: Fabio Motta/Estadão

Trabalhadores de dez plataformas de produção da Petrobrás já aprovaram adesão à greve de 24 horas agendada para sexta-feira, 10. Também estão previstas paralisações em terminais, refinarias e unidades administrativas, além de piquetes e atrasos em diversas bases da estatal em todo o País. A greve integra o dia de mobilizações organizado por movimentos sociais e centrais sindicais contra o governo do presidente em exercício, Michel Temer. 

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Entre as plataformas que já confirmaram adesão, estão as unidades P-20, P-37 e P-56, localizadas em grandes campos produtores da Bacia de Campos, como Marlim, Marlim Sul e Albacora - os três entre os dez principais do País. As unidades têm produção média diária superior a 30 mil barris de óleo, segundo dados de abril da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). 

A adesão foi decidida em assembleia nas próprias unidades. De acordo com o Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro NF), que representa trabalhadores situados na Bacia de Campos, assembleias já foram realizadas em 14 unidades de produção e outras devem ocorrer até amanhã. A orientação do sindicato é para a adesão à greve. 

Além das plataformas, no Rio, estão previstas paralisações na Refinaria Duque de Caxias (Reduc) a maior da estatal. Há mobilização já aprovada também na Unidade Termoelétrica Governador Leonel Brizola, no Terminal de Campos Elíseos (TECAM), de Angra dos Reis (TEBIG) e no terminal de Imbetiba. 

"A paralisação marcará a retomada das mobilizações da categoria contra a entrega do Pré-Sal e a privatização da Petrobrás", informa a nota da Federação Única dos Petroleiros (FUP), principal entidade sindical da categoria, com 14 sindicatos. Em novembro do último ano, a greve convocada pela federação contra as medidas adotadas na gestão do ex-presidente Aldemir Bendine, durou mais de 15 dias. 

Em outros estados, os sindicatos organizam atrasos nos turnos iniciais das unidades, além de piquetes e assembleias. Em São Paulo, os atos estão agendados na Refinaria de Cubatão (RPBC), em São Paulo, no Terminal de Alemoa, em Santos, e no Terminal Almirante Barroso (Tebar), em São Sebastião, o maior da estatal.

"Vamos alertar aos trabalhadores sobre a retirada de direitos em pauta no Congresso,como o projeto que altera as regras do pré-sal e a nova Lei das Estatais, que praticamente privatiza a gestão das empresas. Também vamos informar sobre a reforma da previdência e as leis favoráveis à terceirização", afirmou o diretor Adaedson Costa, do Sindicato dos Petroleiros do Litoral Paulista (Sindipetro-LP). 

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Além das mobilizações nas unidades, as centrais sindicais convocam os trabalhadores para um ato contra o governo interino de Michel Temer em São Paulo e em outras capitais. A mobilização é organizada pelas frentes de esquerda Brasil Popular e Povo Sem Medo, que reúne movimentos sociais como MST, MTST, CUT, entre outros.