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Gustavo Franco, ex-presidente do BC, defende venda de estatais para pagar dívida pública

Ele ressaltou que há ativos de imenso valor, como a Petrobras e o Banco do Brasil, e é preciso pensar muito bem em como fazê-los funcionar melhor tendo a iniciativa privada com papel crescente e até controlador

Por Simone Cavalcanti
Atualização:

O economista Gustavo Franco, ex-presidente do Banco Central e agora presidente da Fundação do Partido Novo, defendeu neste sábado, 18, o uso de recursos obtidos com a venda de estatais federais para abater a dívida pública.

Para o ex-presidente do BC, o FGTS não deveria mais financiar projetos de governo, como da casa própria, uma vez que esse financiamento deveria estar explicito no Orçamento Foto: JF Diorio/Estadão

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"Olhando a lista de empresas estatais, não me convenço que ali necessariamente tenha de ter todas aquelas empresas. Também não é o caso de vender todas no dia seguinte. Muitas tem de fechar, pois o contribuinte brasileiro não tem que sustentar essas iniciativas", afirmou ele, que deixou o PSDB este ano e deve se dedicar à elaboração do programa de governo de João Amoêdo, presidente do Novo, que lança oficialmente sua pré-candidatura ao Palácio do Planalto nesta tarde.

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Gustavo Franco ressaltou que há ativos de imenso valor, como a Petrobrás e o Banco do Brasil, e é preciso pensar muito bem em como fazê-los funcionar melhor tendo a iniciativa privada com papel crescente e até controlador, mas há muitas ideias interessantes, são patrimônios importantes da nação. "A nação deve muito dinheiro e os credores somos nós. A dívida é muito cara, mais cara que o patrimônio rende, então temos de fazer alguma coisa."

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Na sua visão, as atuações de Petrobrás, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal precisam ser repensadas. Entre as ideias que disse acreditar que são interessantes ele afirmou que era preciso rever a conexão que existe entre a Caixa e o FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço). Segundo o economista, a estatal poderia ser mais eficiente se assumisse um papel mais comercial e menos de administração de programas de governo.

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Para o ex-presidente do BC, o FGTS não deveria mais financiar projetos de governo, como da casa própria, uma vez que esse financiamento deveria estar explicito no Orçamento. "Talvez tornar essas empresas em corporações, como ocorreu com a Vale. Há muitas possibilidades interessantes sobre as quais deve-se refletir". 

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