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Henrique Meirelles afirma que 'legislação trabalhista do Brasil não foi feita para o mundo de hoje'

Ministro defendeu também a chamada PEC do Teto, aprovada no início da gestão de Michel Temer

Foto do author Altamiro Silva Junior
Por Altamiro Silva Junior (Broadcast) e André Ítalo Rocha
Atualização:

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou nesta segunda-feira, 30, que a reforma trabalhista é necessária para fortalecer a negociação coletiva. "A legislação trabalhista do Brasil não foi feita para o mundo de hoje", disse. Além disso, ele também fez uma defesa às reformas econômicas empreendidas pelo governo federal, dizendo que elas terão como resultado a redução do custo do crédito.

As declarações do ministro foram dadas em São Paulodurante almoço promovido pelo Lide, grupo de líderes empresariais criado pelo prefeito João Doria, que também estava presente. Foto: AFP PHOTO/Nelson ALMEIDA

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Após admitir que é muito difícil a aprovação da reforma da Previdência no ano que vem, pelo fato de ser ano eleitoral, Meirelles reiterou que, por isso, o governo tem de aproveitar os últimos 40 dias úteis de 2017 para que o projeto passe no Congresso Nacional. "É o momento ideal", disse.

O ministro defendeu que a reforma seja aprovada no plenário da Câmara com o mesmo texto aprovado pela comissão especial da Casa. Segundo ele, se isso ocorrer, serão mantidos 75% dos benefícios fiscais da proposta original. "Tem chance [de ser aprovado no plenário da Câmara]? Isso é outra discussão", acrescentou Meirelles.

Apesar de ter reconhecido as dificuldades no Congresso, o ministro disse que, na sua visão, a aprovação da reforma é de interesse de todas as forças políticas do Brasil. Segundo o ministro, mesmo quem é publicamente contra a reforma quer que a proposta seja aprovada, para que o déficit previdenciário não se torne um problema para o próximo presidente.

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"Se reforma não for aprovada, será primeiro desafio do próximo presidente", disse. "Eu estava conversando com um grande líder da oposição e disse a ele: apesar do seu discurso, você, de noite, reza para que a Previdência seja aprovada", brincou o ministro.

Meirelles defendeu também a chamada PEC do Teto, aprovada no início da gestão de Michel Temer. O ministro argumentou que desde a Constituição de 1988 o Estado brasileiro tem crescido mais que a economia e que, agora, com a PEC do Teto, as despesas da União, em vez de subirem para 25% do PIB, vão cair para 15%. "Experiência internacional mostra que setor privado é mais produtivo que setor público", afirmou.

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As declarações foram dadas em São Paulo, durante almoço promovido pelo Lide, grupo de líderes empresariais criado pelo prefeito João Doria, que também estava presente. O ministro foi convidado para dar palestra sobre a situação da economia brasileira.

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