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IBGE e Conab projetam aumento de mais de 8% para a produção de grãos na safra 2015

Em ambos os levantamentos, as projeções são de que a produção brasileira baterá recorde no ciclo, impulsionada pelos cultivos de arroz, milho e soja

Por Idiana Tomazelli
Atualização:
Arroz, milho e soja (foto) representam 92,3% da estimativa da produção calculada pelo IBGE Foto: Sirli Freitas/Agência RBS

A safra brasileira deve somar 210 milhões de toneladas em 2015, segundo o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) de agosto, divulgado nesta sexta-feira, 11, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado significa aumento de 8,6% em relação à produção de 2014, quando totalizou 193,3 milhões de toneladas. O montante ainda é 0,5% maior que o previsto em julho, com 1 milhão de toneladas a mais. Esta é a maior previsão já feita na história da pesquisa, cuja série se iniciou em 1975. 

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A área cultivada no Brasil com grãos em 2015 deve ser de 57,6 milhões de hectares, 1,9% maior do que a colhida em 2014 (56,5 milhões de hectares). Em relação a julho, a projeção teve redução de 114,4 mil hectares. Arroz, milho e soja, os três principais produtos da safra, somam 92,3% da estimativa da produção e respondem por 86,3% da área a ser colhida. Entretanto, o instituto revisou para baixo a estimativa para a produção de café, por conta de queda na produção em MG. 

Também a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) revisou para cima a projeção para a safra 2014/2015. De acordo com levantamento da companhia, a safra brasileira de grãos deve atingir 209,5 milhões de toneladas, volume 8,2% superior ao colhido em 2013/14. Também trata-se de um recorde, com 15,9 milhões de toneladas produzidas a mais que no ciclo anterior, quando o volume havia sido de 193,62 milhões de toneladas. No levantamento de agosto, a estatal previa produção de 208,8 milhões de toneladas.

Produtividade. O desempenho verificado no 12º levantamento da Conab, o último do ciclo encerrado em junho, foi puxado pelo milho safrinha que, segundo a Conab, teve ganho de produtividade nos Estados do Sudeste, Centro-Oeste e no Paraná. A produção do cereal, em fase final de colheita, deve chegar a 54,5 milhões de t, com aumento de 12,6% a mais que as 48,4 milhões de t de 2013/2014. Com relação ao levantamento anterior, houve um acréscimo de 500 mil t. Já a soja deve alcançar 96,2 milhões de toneladas, registrando 11,8% a mais que as 86,1 milhões da safra anterior. 

A área cultivada em 2014/15 foi de 58 milhões de hectares, 1,7% maior que a da safra 2013/14, com um aumento de 976,1 mil hectares. A soja apresentou crescimento de 6,4% ou 1,9 milhão de hectares acima da área anterior, assim como o milho segunda safra, que teve acréscimo de 4,1% ou 376,4 mil hectares. No total, a área da soja é de 32,1 milhões de hectares e a do milho segunda safra, de 9,6 milhões de ha.

Milho. Enquanto o cultivo do milho de segunda safra só cresce - a ponto de impulsionar a safra 2015 - , a produção do milho de primeira safra (ou milho verão) é a menor desde 2002, aponta o IBGE. Neste ano, o volume colhido da safra de verão do milho deve fechar em 29,694 milhões de toneladas, 2,9% abaixo da colheita de 2014.

"Em 2002, o milho de primeira safra era responsável por cerca de 70% da produção, enquanto o milho de segunda safra representava 30%. Hoje, isso se inverteu", explicou o gerente de Pesquisa do IBGE, Mauro Andreazzi. Segundo ele, nos últimos anos houve uma aceleração do processo de substituição do plantio do milho no início do ano pelo cultivo do cereal após a colheita de soja.

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"O milho de segunda (safra) é chamado de safrinha, mas hoje já é responsável por 64,8% do total", disse Andreazzi. Além da substituição, o milho de primeira safra enfrentou este ano a estiagem no Nordeste e os preços baixos, que desestimularam o plantio no início de 2015.

Por outro lado, a alta do dólar também pesou a favor do milho safrinha: "A valorização do dólar está elevando as exportações. Mesmo com safra recorde, o preço está se mantendo. Isso é bom para o produtor", notou o técnico do IBGE Carlos Barradas.

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