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Imprensa argentina destaca decisão que aproxima país do fim de calote

Compromisso de juiz pode ser um passo decisivo para a Argentina voltar ao mercado de crédito internacional

Por Rodrigo Cavalheiro e CORRESPONDENTE
Atualização:

BUENOS AIRES - O compromisso do juiz Thomas Griesa de reverter o bloqueio imposto a Argentina, desde que duas condições sejam atendidas, foi interpretado com Buenos Aires como um passo decisivo para o país voltar ao mercado de crédito internacional. Em 2014, Griesa determinou que os credores que aceitaram a renegociação da dívida argentina (93% do total), feita em 2005 e 2010, não poderiam receber sem que aqueles que exigem o valor total de seus títulos (7%) também fossem pagos. Isso colocou o país em um calote parcial e o afastou de financiamentos internacionais que o presidente Mauricio Macri considera essenciais para investir em infraestrutura. 

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O governo de sua antecessora, Cristina Kirchner, adotou uma posição de enfrentamento contra esses fundos, que por comprar papéis durante crises como a que Argentina enfrentou em 2001 foram considerados especulativos e apelidados de "abutres".

Nesta sexta-feira, 19, Griesa prometeu por escrito o fim da chamada cláusula "pari passu", que impôs a igualdade entre os credores, se o país derrubar as travas legislativas ao pagamento da dívida (há duas leis que o Congresso argentino precisa rever) e quitar compromissos assumidos até 29 de fevereiro. Ele elogia explicitamente o governo Macri e critica o anterior. A decisão imediatamente ganhou a manchete de todos os portais de notícia argentinos, à exceção do kirchnerista Página 12.

Analistas dos meios locais consideravam as exigências relativamente fáceis de cumprir. Embora sua base seja minoritária no Congresso, Macri conta com indicativos de apoio de opositores moderados que deixaram o núcleo kirchnerista.

Se Griesa suspender a cláusula que bloqueou os pagamentos do país, os chamados abutres perderão sua principal forma de pressão para negociar o pagamento integral e estarão mais pressionados a aceitar a última oferta da Casa Rosada, de um desconto de 25% na dívida de US$ 9,9 bilhões. Dois dos seis maiores fundos aceitaram a oferta feita no início de fevereiro. Os outros quatro, liderados pelo NML, controlado por Paul Singer, tentaram impedir que o juiz desse esse sinal de aproximação.

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