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Incertezas afetam o mercado de veículos

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Por Redação
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Os indicadores das vendas de veículos em fevereiro, divulgados terça-feira pela associação dos distribuidores (Fenabrave), mostram que o primeiro bimestre foi pior do que o esperado, mesmo levando em conta o menor número de dias úteis e o aumento do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). O recuo dos licenciamentos no mês passado foi de 26,7% em relação a janeiro e de 28,3% em relação a fevereiro de 2014, somando 185,9 mil unidades. A queda afeta montadoras e seus funcionários, reduz a receita tributária e contribui para os resultados insatisfatórios da indústria manufatureira em geral.As vendas de autoveículos caíram de 3,77 milhões em 2013 para 3,5 milhões em 2014, e deverão ceder mais (entre 5% e 10%) neste ano, segundo especialistas. Apenas a associação das montadoras (Anfavea) trabalhava com a repetição dos números de 2014, mas as projeções mais recentes deverão apontar para um comportamento pior. Se as vendas deste ano se limitarem a 3,2 milhões de autoveículos, o mercado terá retroagido ao patamar próximo de 2009, quando o Produto Interno Bruto (PIB) diminuiu 0,2%.Em fevereiro, a média das vendas diárias foi 15,6% inferior à de fevereiro de 2014 e 9,5% menor que a de janeiro de 2015. No bimestre, apenas 439,7 mil veículos foram vendidos, incluindo ônibus e caminhões, 23,1% menos do que no mesmo período do ano passado. Também despencaram as vendas de motos e de implementos agrícolas.Muitos consumidores anteciparam as aquisições no final de 2014, para se beneficiar do incentivo do IPI. Promoções ajudaram as vendas de janeiro, quando ainda havia oferta de veículos com tributação menor. Mas os estoques da linha 2014 ou 2014/2015 se reduziram e os preços subiram. As limitações de mercado estão levando as fábricas a produzir conforme as encomendas. A Fenabrave calcula que o estoque médio atual nas concessionárias equivale a 55 dias de vendas, um nível bem superior ao desejável, elevando os custos financeiros das lojas.Com a estagnação da economia, a compressão do mercado de trabalho e o crescimento da inflação, movido a reajustes de preços administrados que ficaram estacionados nos últimos dois anos, o crédito para a compra de veículos tem sido mais escasso, segundo o presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção. Mas o crédito curto é apenas uma parte das dificuldades.

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