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Indústria critica BC e diz que economia continuará a perder vigor

A trajetória dos juros no governo Lula

Por Agencia Estado
Atualização:

A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) afirma, em nota, que a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de subir a Selic, a taxa básica de juros da economia, para 19,75% ao ano significa a insistência na utilização do único instrumento para controle da inflação: a taxa de juros. "Até mesmo o presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva, reconheceu em recente entrevista coletiva ser este um dos principais problemas de sua administração, mas o Banco Central insiste mesmo assim", diz Paulo Skaf, presidente da entidade. Para ele, o Brasil já praticava a maior taxa de juros reais do mundo, e os efeitos deste processo já podem ser sentidos:"os indicadores apontam perda progressiva do vigor econômico. A indústria, por exemplo, apresentou crescimento acumulado inferior a 1% desde setembro de 2004 e, a persistir a atual tendência, teremos em breve reversão para decrescimento econômico", afirma a nota da Fiesp. "Abusam na intensidade do tratamento sem, ao menos, esperar o tempo necessário para que o mesmo apresente seus efeitos. O Banco Central deveria ser mais paciente e ajudar o governo a desenvolver outros instrumentos para controlar a inflação", acrescenta Skaf, em nota. "Desgraça para o País" O diretor do Departamento de Economia (Decon), do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), Boris Tabacof, considerou "uma desgraça para o País o novo aumento da taxa Selic decidido pelo Copom. Os integrantes do Copom decidiram desconsiderar que números do primeiro trimestre já mostram acomodação da produção industrial e do nível de emprego, num país que precisa crescer. As autoridades monetárias preferem manter o foco numa meta de inflação irrealista (5,1%), que utiliza como parâmetro o IPCA. O índice já superou metade da meta apenas nos primeiros quatro meses do ano, criticou Tabacof, em nota oficial. Para o dirigente do Ciesp, apesar do estrago que o Copom tem provocado na economia, o novo aumento só seria aceitável - mas não justificável - se o objetivo de conter a inflação dentro da meta estivesse sendo atingido. A verdade é que a atual política vem se mostrando inócua para reverter as expectativas de inflação, sustentou Tabacof.

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