A entidade não faz previsões para o desempenho da indústria em 2016, mas demonstra preocupação com o aperto das contas públicas, o que limita os investimentos em infraestrutura e afeta a competitividade da indústria. Em 2015, nota a CNI, somente 10,77% dos recursos orçamentários federais foram destinados a investimentos, mas o que se verificou na prática é que os investimentos realmente realizados representaram apenas 2% do Produto Interno Bruto (PIB).
O que foi aplicado realmente em infraestrutura representa uma pequena parcela dessa exígua porcentagem, não passando de 0,45% do que foi orçado, equivalendo a 0,33% do PIB. Como a execução orçamentária deve ser ainda mais rígida em 2016, a entidade tem defendido a ampliação da gestão privada em vários setores da infraestrutura.
Este seria um importante passo para a recuperação da competitividade, considerando que a indústria ainda se ressente de um déficit histórico em infraestrutura. Reconhece-se que o Programa de Investimentos em Logística (PIL), lançado em 2012, tem permitido alguns avanços, como a adoção do modelo de outorga, mas o governo não tem tomado decisões com o senso de urgência que os industriais reclamam.
“A ampliação do programa anunciado pelo governo aponta na direção correta”, afirmou Robson Braga de Andrade, presidente da CNI. Ele advertiu, porém, que é preciso assegurar condições para a implantação dos programas de concessão e que os prazos sejam cumpridos.
O que se tem notado é que o governo, seja por temer a falta de investidores, seja por questões burocráticas, vem procrastinando leilões de concessão em diversas áreas.