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Inflação ainda preocupa e mercado financeiro reage

Por Agencia Estado
Atualização:

O comportamento da inflação foi destaque nesta terça-feira no mercado financeiro. Os índices de inflação ficaram acima do esperado pelos analistas, o que afastou qualquer expectativa de que o Comitê de Política Monetária (Copom) reduza a Selic, a taxa básica de juros da economia, que está em 16,5% ao ano. A próxima reunião do Comitê está marcada para os dias 16 e 17 de março, terça e quarta-feira da próxima semana. No mercado de juros futuros, as taxas subiram nos contratos de prazo mais curto. Os papéis com taxas pós-fixadas (DI) negociados na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) com vencimento em junho de 2004 pagavam às 16h04 juros de 16,000% ao ano, ante 15,920% ao ano registrados ontem. Já os papéis com vencimento em janeiro de 2005 estavam no patamar de 15,480% ao ano às 17h15, ante 15,490% ontem. Com a expectativa de manutenção dos juros no patamar atual, o investimento em ações perde atratividade, já que o investidor consegue no mercado de renda fixa um ganho atraente, assumindo um risco menor do que o apresentado no mercado de ações. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) ampliou a queda depois da divulgação do Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna (IGP-DI) e chegou ao patamar mínimo por volta das 17h, com queda de 2,10%. Às 17h22, a Bolsa operava com baixa de 1,85%, em 22.566 pontos. O dólar comercial encerrou o dia cotado a R$ 2,8810 na ponta de venda dos negócios, em alta de 0,17% em relação às últimas operações de ontem. A moeda norte-americana iniciou o dia no patamar de R$ 2,8760 e oscilou entre a máxima de R$ 2,8830 e a mínima de R$ 2,8660. Com o resultado de hoje, o dólar registra baixa de 0,76% em 2004. Inflação em destaque Hoje a Fundação Getúlio Vargas (FGV) divulgou o IGP-DI de fevereiro que ficou em 1,08%, ante alta de 0,8% em janeiro. No ano, o IGP-DI acumula alta de 1,89% e, em 12 meses, acumula 5,69%. O IGP-DI de fevereiro ficou acima das expectativas dos analistas. Eles esperavam uma inflação entre 0,60% e 0,80%. Ontem à noite foi divulgado o Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S), com alta de 0,38% na semana encerrada em 2 de março, também acima das previsões dos analistas. Nesta terça-feira, outros índices de inflação regionais foram divulgados (veja mais informações no link abaixo). A expectativa fica por conta do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que será divulgado na quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Este é o Índice usado pelo governo como referência para a meta de inflação, que neste ano é de 5,5%. Com a utilização do modelo de metas inflacionárias, o governo determina a Selic de acordo com o comportamento da inflação. Argentina Prova cabal de que o mercado brasileiro não está contaminado pelo vaivém na Argentina é o fato de o Ibovespa ? índice que mede o desempenho das ações mais negociadas na Bolsa ? ter acentuado a queda nesta tarde. Segundo informou a editora Márcia Pinheiro, isso aconteceu enquanto o índice da Bolsa de Buenos Aires estava subindo mais de 5%, por causa de informações extra-oficiais de que a Argentina pagaria os US$ 3,1 bilhões que deve ao FMI.

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