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Inflação em queda reforça previsão de cumprimento da meta de 2017

Se o indicador de março se repetisse até o fim do ano, a inflação oficial seria de 2,37%

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Por Redação
Atualização:

Nos últimos 20 anos, em apenas 2 (2000 e 2009) o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) do mês de março superou o de 2017 – de 0,15%, ante 0,54% em fevereiro. Se o indicador de março se repetisse até o fim do ano, a inflação oficial seria de 2,37%, muito abaixo da meta de inflação de 4,5% prometida para este ano. O IPCA-15 do primeiro trimestre de 2017 foi de apenas 1%, menor índice para o período da série do IBGE iniciada em 2000. O índice de difusão de preços também está em queda, mostrando uma inflação menos disseminada.

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A variação do IPCA-15 em 12 meses até 15 de março chegou a 4,73%, menor índice por igual critério desde agosto de 2010, de 4,44%. O centro da meta foi atingido pela última vez em 2009. A desaceleração foi generalizada, inclusive em serviços, que mais pressionaram o IPCA nos últimos anos.

O grupo alimentos e bebidas registrou deflação de 0,07% em fevereiro e de 0,08% em março. A deflação do vestuário foi de 0,02%; dos transportes, de 0,16% (favorecida pela queda dos preços dos combustíveis); da comunicação, de 0,31%; e dos artigos de residência, de 0,30%. O índice só não foi negativo porque subiram os preços de habitação (0,64%), saúde e cuidados pessoais (0,48%), despesas pessoais (0,30%) e educação (0,87%) – uma das principais fontes de pressão da inflação no início do ano.

Além de tornar crível a hipótese de o IPCA fechar o ano abaixo do centro da meta, o indicador abre espaço para que o juro básico caia mais, rumo à casa de um dígito (hoje, a taxa básica é de 12,25% ao ano). Os agentes econômicos ouvidos para a pesquisa Focus do Banco Central (BC) de 17/3 já esperam uma inflação de 4,15% neste ano na média e uma taxa Selic de 9%. Alguns analistas acreditam numa Selic de 8% ou menos.

A inflação cadente fortalece a confiança na capacidade do BC de calibrar o juro básico, reduzindo os custos da dívida pública (com impacto fiscal favorável) e do crédito bancário (permitindo a retomada dos empréstimos e da economia). Os juros ativos são altos, mas com ajustes recentes no crédito a veículos e no cartão de crédito o BC tenta tornar o crédito mais acessível.