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Inflação termina 2016 com avanço de 6,29%, abaixo do teto da meta do governo

Apesar do resultado, em sete de 13 regiões o IPCA ultrapassou 6,5%; em 2015, índice havia avançado 10,67%

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Por Redação
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Inflação perdeu força em relação a 2015 Foto: Werther Santana|Estadão

A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) terminou 2016 com elevação de 6,29%, abaixo do teto da meta do governo, de 6,5% ao ano, informou o IBGE nesta quarta-feira, 11. O resultado ficou abaixo do IPCA de 2015 (+10,67%) e de 2014 (+6,41%). O grupo dos alimentos foi o que mais pesou na inflação do ano passado, mas, isoladamente, só os planos de saúde, com alta de 13,55%, responderam por 0,45 ponto porcentual do IPCA.

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Em dezembro, o IPCA subiu 0,30%, uma aceleração em relação ao resultado de novembro (+0,18%). Os itens que mais pressionaram a inflação no último mês de 2016 foram passagens aéreas (aumento de 26,29%), gasolina (aumento de 1,75%), e cigarros (aumento de 4,80%). Ainda assim, o IPCA de dezembro foi o mais baixo para esse mês desde 2008 (0,28%).

Apesar de ter ficado, em média, na margem de tolerância, o IPCA furou os 6,5% em sete das 13 regiões metropolitanas pesquisadas pelo IBGE. O maior resultado foi registrado em Fortaleza, onde os aumentos de preços alcançaram 8,34% em 2016, seguida por Campo Grande (7,52%); Recife, 7,10%; Porto Alegre, 6,95%; Belém, 6,77%; Salvador, 6,72%; e Belo Horizonte, 6,60%.

O encarecimento dos alimentos, que respondem por 25% do IPCA, foi o que puxou os resultados da inflação no mês e no ano. O IBGE destaca que, em um ano em que a produção agrícola ficou 12% abaixo da colhida em 2015, o consumidor passou a pagar, em média, 8,62% mais caro do que em 2015 para adquirir alimentos. Os alimentos para consumo em casa subiram 9,36%, enquanto a alimentação consumida fora de casa subiu 7,22%. 

O grupo de saúde e cuidados pessoais foi o com maior alta acumulada no ano (11,04%) e o único dos nove pesquisados pelo IBGE cujos preços subiram mais em 2016 do que em 2015. A maior pressão veio das mensalidades dos planos de saúde (13,55%), a maior alta desde 1997, seguidos pelos remédios (+,12,5%, maior elevação desde 2000).

Nesta quarta-feira, 11, o Banco Central também decide a taxa básica de juros da economia, a Selic. A expectativa do mercado é de um corte de 0,50 ponto porcentual do juro, embora boa parte do mercado já projete uma redução de 0,75 ponto.

O presidente do BC, Ilan Goldfajn, tem reiterado que seu objetivo é o levar a inflação para o centro da meta em 2017 e, recentemente, afirmou que ela está declinando no Brasil e as expectativas estão bem ancoradas, abrindo espaço para afrouxamento monetário.

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O BC começou a reduzir a Selic em outubro passado e, de lá para cá, fez dois cortes de 0,25 ponto percentual cada, para os atuais 13,75%. Mas recebeu algumas críticas de que poderia ter sido mais ousado diante da forte recessão econômica.

Baixa renda. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), conhecido como "inflação da baixa renda", subiu 0,14% em dezembro, após ter registrado alta de 0,07% em novembro. Como resultado, o índice encerrou 2016 com uma elevação acumulada de 6,58%.

O INPC mede a variação dos preços para as famílias com renda de um a cinco salários mínimos e chefiadas por assalariados. 

(DANIELA AMORIM, COM REUTERS)

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